EXPECTATIVA

Conheça o trabalho de Márcio Goiano, novo técnico do Náutico

A chegada de Márcio Goiano, de 48 anos, está programada para a noite desta segunda-feira (21)

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 21/05/2018 às 13:56
Rodrigo Lôbo/ Acervo JC Imagem
FOTO: Rodrigo Lôbo/ Acervo JC Imagem

O timbu já tem novo treinador para a sequência da Série C do Brasileirão. Márcio Goiano, de 48 anos, iniciou sua história no futebol como zagueiro e chegou a jogar em Pernambuco pelo Sport (1997 a 1999).

Na função de treinador, já comandou o Figueirense, Barueri, São Caetano, Goiás, Criciúma, ABC, CRB, Mogi Mirim, Vila Nova, Cuiabá e Aparecidense, onde ficou na segunda colocação do campeonato goiano na atual temporada.

Márcio Goiano está consciente da responsabilidade que terá no comando do Náutico e se mostrou confiante. “Eu conheço bem o clube e a torcida. É uma equipe que indicou muito bem o ano, mas precisa se recuperar na competição. Chego confiante. Tenho uma boa leitura do grupo. É uma equipe jovem, com jogadores experientes, uma equipe que tem transição defensiva rápida. Temos que vencer mais de 50% dos próximos jogos para classificar. Acreditamos que os jogadores dentro de campo podem mudar essa situação", destacou Goiano.

Apuração da negociação

Antes de fechar com Márcio Goiano, o Náutico conversou com Gilmar Dal Pozzo, há treze dias, e Argel Fucks, neste domingo (20). Com as negativas dos primeiros contatados, a diretoria resolveu diminuir a lista de técnicos monitorados para três nomes e, a partir daí, definir um que fosse consenso no Departamento de Futebol.

De acordo com a apuração da Rádio Jornal, os três nomes da lista eram Márcio Goiano, Luiz Carlos Winck e Hélio dos Anjos, nesta ordem. Existia a consciência que se fosse para o “plano 3” (que na verdade já seria o 5), a conversa com Hélio seria difícil por motivos salariais.

Os dirigentes do Náutico fizeram uma busca por informações mais detalhadas sobre Goiano. Pesou o fato de ele ter conquistado acesso na carreira, o trabalho recente que fez na aparecidense e ter adquirido “bagagem” ao longo da história de treinador. Foi feito o contato com o treinador e o acerto não demorou.

Marcio mostrou total interesse em trabalhar no clube e o único pedido do treinador foi de trazer o seu assistente técnico, Edson Miolo. O salário do novo comandante não fugiu da realidade atual do clube e ficará entre R$ 30 e R$ 35 mil (com o auxiliar).

A chegada de Marcio Goiano está programada para a noite desta segunda-feira (21). Já o auxiliar técnico Edson Miolo, que mora no Recife, comandará a reapresentação do elenco ao lado dos demais membros da comissão técnica permanente do clube.

A visão da diretoria

O gerente futebol do Náutico, Ítalo Rodrigues, afirmou que o nome de Marcio já vinha sendo estudado internamente desde a última semana.

“É um treinador que tiramos excelentes referências com outros profissionais que trabalharam com ele. Também avaliamos a organização tática das equipes que ele trabalhou, assistimos vários jogos de diferentes jogos e diferentes equipes comandadas por ele, junto com o centro de inteligência do Náutico, até para nos dar convicção no trabalho dele e a gestão de grupo. O perfil que ele tem, quando jogador, foi capitão onde passou. Tem uma grande liderança”, comentou o gerente alvirrubro.

A busca por novas contratações vai depender das avaliações que serão feitas pelo novo treinador.

“A gente acredita que tem um grupo forte. É difícil falar isso com a situação que estamos na tabela. Mas acreditamos no grupo que nós temos. Mas com a chegada de um treinador, sempre se avalia o grupo. E pode ocorrer uma mudança ou outra. Mas ele ainda vai chegar, se ambientar e avaliar o nosso elenco. E depois disso a gente vai pensar se existe a necessidade de trazer outros reforços para o clube”, disse Ítalo.

A opinião de quem acompanhou o trabalho de perto

O repórter Charlie Pereira (Rádio Sagres de Goiás) acompanhou o trabalho do treinador, na Aparecidense:

“Márcio teve várias passagens em Goiás. Em 2011, esteve no Goiás em um momento conturbado do time, na Série B do Brasileiro. Já em 2014, teve uma passagem curta e não chegou a fazer um grande trabalho no Vila Nova, mas na Aparecidense ele colocou a equipe em duas finais de estadual. Em 2000 e 2018, perdeu para o Goiás e terminou as competições na segunda colocação. Não é técnico disciplinador enérgico. É de muito diálogo. Por ter sido jogador, tem esse tipo de perfil”, comentou o repórter.

O repórter José Henrique (Rádio Guarujá de Santa Catarina) acompanhou diariamente o técnico Márcio Goiano no Figueirense:

"Ano passado foi um ano muito difícil para o Figueirense. Teve gestão terceirizada. Márcio foi uma vítima desse processo. Em 2010 e 2012, gostava sempre de armar suas equipes com toque e posse de bola. Nunca foi um treinador de jogar por uma bola ou em contra-ataques. Pontualmente teve um problema com o zagueiro Marquinhos, em 2017. O jogador reclamou publicamente das opções e critérios utilizados pelo treinador. Mas, de uma maneira geral, era bem aceito pelos jogadores", falou Henrique.

Pedro Henrique Geninho (repórter da Rádio Bandeirantes de Goiás) cobriu o Vila Nova na época em que Marcio Goiano foi o treinador e comenta sobre a passagem do técnico no Vila:

"No Vila Nova trabalhou em 2014. Não fez um bom trabalho por conta da incompetência da diretoria do Vila, que, na época, atrasava muito os salários. O Náutico contrata um bom treinador para a sequência do campeonato", afirmou Geninho.

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