Entrevista

Vítima de racismo, Copa do Mundo e expectativa no Sport: a trajetória de Sammir no futebol

O meio-campista concedeu entrevista exclusiva ao repórter Antônio Gabriel do Escrete de Ouro e falou sobre a carreira como jogador de futebol

Robert Sarmento
Robert Sarmento
Publicado em 13/05/2019 às 17:12
Divulgação/Sport Club do Recife
FOTO: Divulgação/Sport Club do Recife

Anunciado em janeiro de 2019, o meio-campista Sammir começou um novo ciclo na carreira ao acertar com o Sport para a temporada. Natural de Itabuna, no Estado de Bahia, o jogador de 32 anos é naturalizado croata e passou a maior parte da carreira atuando pelo Dínamo Zagreb, onde disputou os principais campeonatos do mundo, como a Liga dos Campeões da Europa, tendo o auge da carreira a convocação para disputar Copa do Mundo de 2014 pela Croácia, ao lado de nomes como Luka Modri (Real Madrid), atual melhor jogador do mundo, e Mandzukic (Juventus).

No entanto, a caminhada foi difícil. Apesar de ter dado a volta por cima, o atleta, que chegou em 2006, após ser negociado junto ao Athletico-PR, teve que aprender uma nova língua, se adaptar à outra cultura e estilo de vida, além de lidar com o racismo. Acontecimento que não fez o jogador 'baixar a cabeça'. "Em relação ao racismo, foi um jogo ou outro que imitaram um som macaco para mim. Só que eu deixei isso de lado, fui para jogar futebol e acabei sendo um dos melhores estrangeiros com a camisa do clube", afirmou.

Ouça a entrevista na íntegra

Naturalização e saída da Croácia

Depois de conseguir destaque no país, Sammir disse que recebeu a proposta para se naturalizar croata e aceitou. Consequentemente, veio a oportunidade de integrar a seleção e a chance de disputar uma Copa do Mundo de 2014. Além da edição ter sido no Brasil, a partida de estreia da Seleção Canarinho era, justamente, contra a Croácia.

"Foi uma decisão fácil. Depois de três, quatros anos eles me oferecem a naturalização. Para mim, foi estranho pela Copa do Mundo ter sido no Brasil e estávamos na mesma chave. Eu fiquei com um pouco de tensão para saber como eu iria me comportar na hora do hino nacional. Mas foi tudo tranquilo. É um experiência que só quem viveu sabe o que sente", relatou.

Negociação com o Sport

Devido de um ano sem jogar, Sammir precisou passar por um trabalho físico antes de ficar a disposição. Para piorar, na reta final de preparação, ele lesionou o tornozelo esquerdo e ficou cerca de quatro semanas se recuperando. Por causa desses fatores, até o momento, disputou apenas quatro partidas com a camisa rubro-negra. Em relação ao contato para atuar no Sport, o meia afirma que a negociação foi rápida.

"Eu fiquei sem jogar um ano por conta do problema que tive na China. O contrato está na FIFA. Eu não fiz acordo, pois sei que vou ganhar. Tive propostas de outros clubes, que não me agradaram, mas em janeiro deste ano o Chico Guerra (diretor de futebol do Sport) entrou em contato comigo e, em um ou dois dias, eu vim para o Sport", declarou.

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