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CBF volta atrás e afirma que Sport e Flamengo dividem título de 87

O título do Brasileiro daquela temporada ainda rende polêmicas, depois de mais de 30 anos

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 27/11/2019 às 11:05
Felipe Ribeiro/JC Imagem
FOTO: Felipe Ribeiro/JC Imagem

1987 é com certeza o ano que nunca acabou no futebol brasileiro, o ano que já ultrapassa três décadas. Depois que o Flamengo venceu o Brasileirão no domingo (24), sem entrar em campo, a polêmica do título de 87 voltou com tudo. O STF deu ganho de causa ao Sport e, inicialmente, a CBF evitou chamar o time carioca de hepta. Mas, nesta terça-feira (26), a entidade emitiu uma nota voltando atrás.

Na segunda-feira (25), em entrevista ao UOL, a confederação afirmou que a questão “extrapola o entendimento da CBF”. A entidade volta a sugerir a divisão do título de 1987 entre Sport e Flamengo no comunicado novo. A CBF destaca que a divisão é sua opinião do ponto de vista esportivo.

Confira a nota na íntegra:

"A CBF esclarece que, ao longo do processo judicial sobre o Campeonato Brasileiro de 1987, defendeu que o título fosse compartilhado entre Sport Clube do Recife e Clube de Regatas do Flamengo. A decisão judicial determinou que o Sport Clube do Recife fosse considerado o Campeão Brasileiro daquele ano. Sob o ponto de vista esportivo, a CBF, a título de opinião, considera que o Clube de Regatas do Flamengo é merecedor da designação de heptacampeão brasileiro.”

Mais cedo nesta terça, o presidente do Sport Milton Bivar havia concedido entrevista à Rádio Jornal e comentou a situação. O mandatário leonino ressaltou que não precisa ficar repetindo o tempo todo. Ele chegou a mencionar também o pronunciamento da CBF da segunda-feira, que citava o respeito à decisão do STF.

“Tem uma ação defendida, que o Flamengo entrou antes, estamos tomando as providências, com uma despesa de R$ 200 mil, contratamos escritório de advocacia para fazer nossa defesa. Já foi feita, ganhamos a primeira audiência. Vamos fazer da parte legal para que não haja uma mudança no Supremo Tribunal Federal. A gente tem que tomar precaução”, disse o rubro-negro.

 

A polêmica começou porque a CBF deixou que os clubes organizassem a competição nacional naquele ano, por estar com problemas financeiros. A Copa União contava com a participação de times integrantes do Clube dos 13: Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Santos, São Paulo e Vasco. A entidade interferiu e criou o Módulo Amarelo, com outras equipes.

Sport e Guarani foram os finalistas do grupo criado pela entidade e Flamengo e Internacional do Módulo Verde, mas esses dois se recusaram a jogar as partidas do mata-mata. Assim, com o jogo entre Leão e Bugre, o time pernambucano se sagrou campeão, tanto que disputou a Libertadores da América no ano seguinte.

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