VIOLÊNCIA

'Era para ter atirado neles', diz presidente da FPF sobre ação da PM em ataque de torcedores no Recife

O presidente da Federação Pernambucana de Futebol se posicionou sobre o ato da torcida uniformizada do Sport na festa do Santa Cruz

Pedro Guilhermino Alves Neto
Pedro Guilhermino Alves Neto
Publicado em 04/02/2020 às 11:06
Acervo/JC Imagem
FOTO: Acervo/JC Imagem

O ataque aos torcedores do Santa Cruz, na noite da última segunda-feira (3), continua fazendo vítimas. Em entrevista a Aroldo Costa, da Rádio Jornal, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Evandro Carvalho sugeriu o uso de mais violência para combater as agressões de vândalos, supostamente identificados como membros da Torcida Jovem do Sport contra uma festa pacífica de tricolores, na comemoração do centenário do Santa Cruz, no Centro do Recife.

No Bate-Rebate Futebol, Evandro criticou o ato criminoso protagonizado pela no bairro da Boa Vista e propôs que a Polícia Militar tivesse "atirado (contra as organizadas) para matar", contrariando o que dizem as leis brasileiras nestas circunstâncias. Segundo a Constituição, Apologia à pena de morte é crime. “Lamento que a Polícia Militar tenha atirado para cima, era para ter atirado neles. Poderíamos ter 30 bandidos a menos. Infelizmente temos essa defasagem que o presidente Bolsonaro ainda não conseguiu fazer, que seria nós termos pena de morte que seria adequado para esse tipo de gente”, afirmou Evandro Carvalho.

O presidente da FPF chegou a apelar para que o Congresso Nacional mudasse as leis vigentes no País: “Um mau dia. É um câncer que a gente não consegue resolver. Eu atribuo a culpa ao Congresso Nacional, devido as nossas leis frouxas que não permitem a polícia agir e estamos reféns desses marginais”, disse.

Ouça o áudio na íntegra:

Posicionamento dos clubes

Santa Cruz - Questionado se esse era o caminho ideal para acabar com a violência causada pelas organizadas, Constantino Júnior, presidente do Santa Cruz afirmou que não compactua com a ideia. “Acho que a frase foi muito forte. Não compactuo com violência para combater violência. O Estado tem condição para resolver isso e acho que os clubes também podem oferecer uma questão de leitor biométrico para que o torcedor possa se identificar, por exemplo. Acho que é preciso ser firme e forte e, sem dúvida alguma, dar punição. Não podemos deixar isso impune de jeito nenhum. Agora não acho que precisamos atirar e matar quem quer que seja”, destaca Constantino.

Náutico - Ao ser perguntado se esse era o caminho ideal para acabar com a violência causada pelas organizadas, Edno Melo , presidente do Náutico definiu a fala de Evandro como 'sem cabimento'. "Uma declaração sem nenhum cabimento. Como é que você vai propagar o ódio desse jeito? Isso aí é muito maior do que atirar em uma pessoa e outra. Eu acho que a Federação tem que ficar preocupada com o problema macro. Enquanto a Federação, Governo do Estado, Polícia Militar e os clubes não olharem de uma maneira séria, isso vai se repetir. E isso afasta quem? O pai de família, o trabalhador que quer ir mas fica com medo de ser agredido ou vítima de bala perdida.

Sport - A reportagem da Rádio Jornal tentou contanto com Milton Bivar, presidente do Sport, que se negou a falar do assunto pelo motivo de não ter ouvido a declaração de Evandro Carvalho.

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