SEGURANÇA

Fim da escolta das torcidas organizadas é defendida pelo secretário da SDS

As torcidas organizadas protagonizaram mais cenas de terror durante clássico entre Sport e Santa Cruz, no sábado (7)

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 09/03/2020 às 17:36
Alexandre Gondim/ JC Imagem
FOTO: Alexandre Gondim/ JC Imagem

O pânico tomou conta de partes do Recife e da Região Metropolitana durante o início da tarde do sábado (7) por causa do Clássico das Multidões, entre o Sport e o Santa Cruz. Mesmo proibidas pela Justiça, membros de torcidas organizadas repetiram comportamentos como brigas e depredação de patrimônio. Em entrevista à Rádio Jornal, o secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, falou em trabalho conjunto para acabar com a violência das uniformizadas e que o trabalho visa também levar tranquilidade para os torcedores dentro dos estádios.

Ele defendeu o fim da escolta dos torcedores, prática que foi abolida com a extinção das organizadas. “Nós temos que usar o policiamento para proteger os cidadãos e os torcedores que vão torcer para o time. Quem estiver praticando crimes tem que ser preso e ser levado para o Juizado do Torcedor”, apontou Antônio de Pádua.

O secretário esclareceu que como as torcidas foram extintas pela Justiça, não é possível que o poder público faça a escolta desses torcedores. “No primeiro momento, houve o cancelamento do CNPJ [das uniformizadas] e o cancelamento também de contas bancárias eventualmente vinculadas a essas organizadas. É preciso deixar claro que essas medidas não vão ter uma eficácia imediata”, disse.

Extinção das torcidas

Integrantes da Torcida Jovem durante confusão na Avenida Agamenon Magalhães, no sábado
Integrantes da Torcida Jovem durante confusão na Avenida Agamenon Magalhães, no sábado
Alexandre Gondim/ JC Imagem

Ele lamentou as recentes cenas de violência envolvendo as torcidas organizadas. “Tudo isso vem comprovar a necessidade de extinguir definitivamente as torcidas organizadas, não os torcedores. A nossa missão é que os torcedores voltem a frequentar os estádios de futebol, voltem a comemorar o jogo do seu time preferido com muita tranquilidade e segurança”, destacou.

O secretário Antônio de Pádua defende o endurecimento das penas. "Essa medida de endurecimento de penas eu acho que é extremamente necessária. O que temos hoje é que a penalidade para alguém que comete uma lesão corporal é de até dois anos [de reclusão], o que dá um termo circunstanciado de ocorrência. Ou seja, o agressor vai ser levado a um juizado, mas vai fazer uma transação com o Ministério Público e não vai ser apenado. A partir do momento que você aumenta essa pena, você vai colocar aquela pessoa que está cometendo crime atrás das grades", disse.

Esquema do sábado

De acordo com Pádua, a SDS está realizando uma avaliação do que aconteceu no final de semana. “Empregamos cerca de 500 policiais militares nesse jogo de sábado, colocamos a nossa unidade aero tática, o helicóptero, para acompanhar tudo isso. Foi preciso usar o [Batalhão de] Choque, em alguns momentos, para conter essas torcidas”, detalhou. “Nós estamos estabelecendo ações para minimizar os próximos jogos”, completou o secretário, lembrando que ainda tem jogos do Campeonato Pernambucano e do Campeonato Brasileiro, que terá início em maio.

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