SANTA CRUZ

Presidente do Santa Cruz avalia longo período sem jogos

O futebol pernambucano está paralisado a mais de dois meses

Filipe Farias
Filipe Farias
Publicado em 20/05/2020 às 10:24
Bobby Fabisak/JC Imagem
FOTO: Bobby Fabisak/JC Imagem

Nas duas últimas temporadas, o Santa Cruz acabou convivendo com a falta de calendário ao longo do ano. Com as eliminações precoces da Série C, nas edições de 2018 e 2019, o Tricolor deixou de receber partidas no estádio do Arruda em agosto. Mesmo sem as receitas oriundas dos jogos – bilheteria, bares, patrocinadores e sócios -, a direção coral conseguiu se planejar e forma antecipada para firmar acordo com os jogadores até setembro (mesmo se tivesse conquistado o acesso, a tabela da Terceira Divisão findaria no mês nove) e, assim, manter as contas em dia. Entretanto, a paralisação do futebol por conta da pandemia do novo coronavírus fugiu do controle de qualquer ação planejada pela diretoria. E, diante desse fato novo, o clube busca se readaptar.

“São coisas bem distintas. Quando o Santa Cruz enfrentou a Série C sabia que poderia ficar um período sem jogar mesmo atingindo o êxito do acesso. O calendário da Série C era apertado. Agora, essa parada, aconteceu por uma questão totalmente fora de cogitação. Ninguém pensaria que isso pudesse acontecer. Quando firmamos contrato com atletas, empresas que nos patrocinam, sócio torcedor, a gente não podia mensurar esse período que estamos parados. Qualquer projeto pode dar certo ou não. Você entra sabendo das possibilidades. Mas, nesse caso, não tem como. A gente estava planejado para enfrentar as competições… Terminar o Pernambucano, a Copa do Nordeste e iniciar a Série C, mas não aconteceu. Por isso que vejo como situações distintas (o período sem futebol que o Santa Cruz atravessou nos últimos anos)”, explicou Constantino Júnior, presidente do Santa Cruz.

Paralisação no ano de mudança no formato da Série C

E essa paralisação dos campeonatos por conta da covid-19 aconteceu justamente no primeiro ano que o calendário da Série C ficou mais extenso com a mudança do seu formato de disputa e com a sua fase final prevista para acontecer no mês de novembro. Isso poderia garantir aos clubes que tivessem êxito até a reta decisiva alguns meses a mais de arrecadação e faturamento junto ao seu torcedor.

“É claro que a dificuldade que estamos passando esse ano é bem maior. Já tivemos uma queda vertiginosa de patrocinadores, não estamos tendo a exposição da nossa marca, sócio torcedor deixando de pagar… Mas isso é uma dificuldade que está sendo enfrentada por vários clubes. Todos os clubes do futebol brasileiro passam por isso; porém, no Santa Cruz, por ser um clube de massa e que tem um patrimônio grande, você precisa zelar o estádio do Arruda, a sede, e o custo disso é bastante elevado. Aqui trabalhamos com a política de austeridade, dando valor a cada centavo gasto, mas por mais que a gente enxugue (as contas), as dificuldades são enormes e temos de aprender com elas. Estamos buscando alternativas para sobreviver a esse momento difícil do futebol mundial”, contou o mandatário tricolor.

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