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Após auditoria, Sport promete apresentar apuração das contas ao Ministério Público

Dívidas de curto prazo do Sport ultrapassa o valor de R$ 150 milhões

Davi Saboya
Davi Saboya
Publicado em 23/06/2020 às 10:20
SÉRGIO BERNARDO/JC IMAGEM
FOTO: SÉRGIO BERNARDO/JC IMAGEM

Afundado em quase R$ 200 milhões de dívida, a atual gestão do presidente Milton Bivar realizou uma auditoria nas contas das gestões passadas e vai apresentar o resultado ao Ministério Público. Foram encontradas incompatibilidades relacionadas aos tributos e outros pagamentos. O levantamento já estava pronto, mas a paralisação em quase toda a sociedade provocada pela pandemia do novo coronavírus atrapalhou a programação da direção rubro-negra.

“Após a volta do Judiciário, apresentaremos todos os fatos encontrados para o Ministério Público apurar. Já estava marcado para ser levado, mas por causa do coronavírus não tivemos condições. Com certeza, iremos após a pandemia. Chegamos ao limite”, afirmou o vice-presidente jurídico Manoel Veloso, em entrevista ao comentarista da Rádio Jornal, Carlyle Paes Barreto.

Procurado pela reportagem, o dirigente ressaltou que o Sport contou com o apoio de uma auditoria externa e também o trabalho interno de membros da diretoria para fazer o levantamento. “Será apresentada uma compilação de ambos os trabalhos. Vamos levar os fatos levantados e apresentar ao Ministério Público para que tome conhecimento dos fatos e medidas legais cabíveis”, comentou.

A paralisação no futebol por causa da pandemia potencializou a crise financeira no Sport, pois que observou uma queda drástica nas receitas durante a inatividade, e consequentemente, as folhas salariais atrasaram. O último balanço financeiro do clube, apresentado no fim do mês do mês de abril e referente ao ano de 2019, mostrou um passivo total de R$ 189.540.801,00. Desse valor, R$ 150.702.621,00 equivale a dívida de curto prazo, que existe um tempo menor para pagamento. Além disso, o déficit anual foi de R$ 22.644.360,00.

Dívidas

A situação só não está pior porque o Sport conseguiu voltar para Série A do Campeonato Brasileiro. Mesmo assim, as dívidas não param de bater na porta. O Leão já foi punido pela Fifa e precisa pagar o quanto antes quase R$ 6 milhões ao Sporting, de Portugal, da compra do atacante André, em 2017, que não foi paga. Como também precisa atualizar o parcelamento do acordo com Mark González, que no total foi fechado em R$ 645 mil, mas o Sport já pagou 30% adiantado e dividiu o restante em seis vezes.

Com esse último débito, o time vermelho preto está proibido de regularizar jogadores na Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ainda sobre a pena que precisa pagar após julgamento na entidade máxima do futebol, o Sport corre o risco de sofrer sanções mais severas, além de não poder registrar atletas, como perda de pontos no Brasileiro e rebaixamento.

E a lista de dívidas não para por aí. O mais recente imbróglio foi revelado recentemente com o despacho da Justiça que penhora mais de 100m2 da Ilha do Retiro para pagar o empréstimo cedido pelo ex-dirigente Laércio Guerra em 2018. A área determinada equivale a região das quadras e parte da arquibancada da sede do Sport. O débito ultrapassa a marca de R$ 3 milhões.

Vale lembrar ainda que o Sport sofreu neste ano o abatimento de R$ 16 milhões nas cotas da TV referente ao pagamento de adiantamento realizado por outra gestão. Quantia que pesou ainda mais quando a Globo reduziu em 75% as parcelas dos direitos de transmissão durante o período de inatividade do futebol. O que gerou para o clube apenas R$ 500 mil, segundo o presidente Milton Bivar.

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