NÁUTICO

Com orçamento curto, Náutico aposta em 'convencimento e assertividade' no mercado

Em entrevista exclusiva à Rádio Jornal, Ari Barros, executivo do Náutico, deu detalhes da política de mercado do clube

Antônio Gabriel
Antônio Gabriel
Publicado em 18/02/2021 às 17:38
Caio Marques/ Náutico
FOTO: Caio Marques/ Náutico

Ainda em período de reformulação do elenco para a temporada 2021, o Náutico tem mudado o perfil de busca por atletas no mercado. Se em 2020 os alvirrubros trouxeram nomes de peso e com salários mais altos, como Ronaldo Alves e Kieza, a realidade para esse ano é bem diferente. Sem as cotas da Copa do Brasil e da Copa do Nordeste, o Timbu trabalha com um orçamento curto e tem apostado no "convencimento e assertividade", de acordo com executivo de futebol Ari Barros, para montar o plantel desse ano.

"Temos que ser muito assertivos na contratação. O orçamento está bastante curto e com esse encurtamento da situação financeira a margem de erro é muito baixa. Estamos tendo bastante cuidado nessa situação para que o erro seja mínimo e com isso oferecermos a qualidade que Hélio dos Anjos está pedindo", disse Ari Barros em entrevista exclusiva à Rádio Jornal.

As cotas da Copa do Brasil e do Nordestão representariam cerca de R$ 2 milhões a mais no orçamento alvirrubro para o começo de 2021, isso sem falar em aportes maiores de acordo com o avanço em ambas as competições. A última vez em que o Náutico teve tão pouco a disputar em um só ano foi em 2004, ano em que foi campeão pernambucano e subiu à Série A. Ari Barros garantiu que esse calendário escasso, com períodos de até 15 dias sem jogos, não tem sido um empecilho nas negociações.

"Quando se trata de duas competições, não tendo Copa do Brasil e Copa do Nordeste, isso não tem atrapalhado. Pelo contrário. Vamos ter mais tempo para trabalhar e ter uma equipe consistente e descansada, chegando 100% em todos os jogos do estadual, diferente de uma Série B que tem viagens e logísticas, exigindo um grupo com mais qualidade e intensidade. A dificuldade de não ter essas duas competições é da parte financeira, no momento, já que elas oferecem um valor atraente", afirmou Ari.

Ari Barros ainda citou que o Náutico tem usado da credibilidade de alguns profissionais, como o técnico Hélio dos Anjos, para negociar. "Se eu tivesse oportunidade de abrir valores do que o Marciel ganhava, não tinha condições de trazer pelo orçamento que temos aqui no clube. Veio por acreditar no projeto, no mercado e em tudo aquilo que o clube prometeu. É bom isso, ter credibilidade, seja ela quando trabalha conosco ou com o professor Hélio, compreendendo o peso da camisa do Náutico. Temos que ser assertivos e ir na base do convencimento".

"PÉS NO CHÃO" E TEMPO PARA CONTRATAR

Com somente uma competição no primeiro semestre, o Náutico também pretende usar o tempo à disposição para analisar melhor as opções no mercado. "Não há pressa em acertar numa contratação. Quando chegamos o elenco já tinha 85% de atletas com contrato até o fim de 2021. Não adianta agoniar. Eu sei que o torcedor quer novidade, nome e contratação. Temos que ter a tranquilidade para sermos assertivos", comentou Ari.

A política de "pés no chão" do clube também foi elogiada pelo executivo, sendo algo utilizado na hora de negociar com atletas e empresários. "Muito 'top' esse pé no chão [para negociar]. Não adianta fazer um orçamento que não pode ser cumprido. Mostramos aos atletas toda a estrutura e também a questão de salário em dia. Isso é agradável para todo mundo, na conversa com atletas e agentes nós apresentamos isso a eles", finalizou Ari.

VEJA MAIS CONTEÚDO