JUSTIÇA

Gramado dos Aflitos, banco de reservas, elevadores, troféus do Hexa e outros bens do Náutico são penhorados pela Justiça

Justiça determinou a penhora de bens do Timbu para o pagamento de ação movida por ex-médico do clube, que cobra mais de R$ 300 mil

Filipe Farias
Filipe Farias
Publicado em 23/07/2021 às 8:42
divulgação/ Náutico
FOTO: divulgação/ Náutico

Mesmo com a sede do Náutico e a garagem do remo - principais bens do clube - ganhando status e garantias em legislação como imóveis preservados pelo Estado, podendo ir à leilão por determinação da justiça, mas sem que haja modificações estruturais que altere as características originais por parte dos arrematantes (o que limita os interessados), outros objetos do clube passaram a ser alvos de penhora da Justiça para o pagamento de dívidas trabalhistas que já estão em fase de execução.

De acordo com apuração da reportagem da Rádio Jornal, 21 bens do Náutico foram penhorados pela 16ª Vara do Trabalho do Recife para o cumprimento da execução movida médico Marcos Lessa, que trabalhou no Timbu por seis anos (de 2011 a 2016) e cobra uma dívida de R$ 338.982,80, referentes a salários não pagos, FGTS, 13º salários, férias, verbas rescisórias, entre outros pedidos.

Dentre os bens que receberam o cumprimento ao mandado de penhora, estão: cinco das seis taças do Hexacampeonato Pernambucano (1963, 1964, 1965, 1967 e 1968); bancos de reservas dos jogadores nos Aflitos; elevadores da sede e do CT Wilson Campos; aparelhos de ar-condicionado, camas do tipo "box", máquinas de musculação da academia, poltronas do auditório e outros bens do Centro de Treinamento localizado no bairro da Guabiraba, além do gramado do estádio Eládio de Barros Carvalho que, sozinho, tem valor estimado em mais de R$ 100 mil.

O presidente do Náutico, Edno Melo, foi notificado por oficial de justiça da penhora executada. O clube, inclusive, já busca uma judicial na tentativa de desconstituir a penhora e embargá-la (para evitar que os bens vão a leilão); para que, posteriormente, possa tentar um acordo para o pagamento da dívida trabalhista.

Em contato com a repórter Lílian Fonseca, da Rádio Jornal, o vice-presidente do jurídico do Náutico, Bruno Becker, confirmou a ação judicial e já se movimenta juridicamente para sanear o prejuízo. "Existe, sim, essa ação assim como outras 496 ações trabalhistas. Algumas delas com penhoras, outras não, e algumas delas com penhoras mais relevantes, como é o caso do Martinez, do Chamusca etc. São penhoras da sede e da garagem do remo", disse o dirigente.

"Não assusta, essa penhora, esse processo, assim como não assusta as demais. A gente vem trabalhando para tentar sanear isso, ter êxito, manter o patrimônio e, assim, parar com essas ações e penhoras", completou o VP jurídico do Náutico.

Alguns bens avaliados na penhora judicial:

- Cinco das taças do Hexacampeonato Pernambucano, cada uma avaliada em R$ 12 mil, totalizando R$ 60 mil;

- Bancos de reservas avaliado em R$ 35 mil;

- 30 camas do tipo "box" avaliadas cada em R$ 700, totalizando R$ 21 mil;

- Elevadores da sede e do CT Wilson Campos, juntos avaliados em R$ 40 mil;

- Aparelhos de ar-condicionado instalados na sede do clube e no centro de treinamento, avaliação total de R$ 54.300;

- Máquinas de musculação avaliadas em R$ 19 mil;

- Gramado do estádio dos Aflitos valor estimado na avaliação em R$ 107 mil.

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