Foto: Reprodução/ Internet
A queda inédita no número de alunos formados no ensino superior em 2013 acentuou o déficit de profissionais que o país enfrenta nas áreas de saúde e educação. Cursos como enfermagem, farmácia e odontologia entregaram 13,4% menos diplomas em 2013 em comparação com 2012. Em cursos de formação de professores, verificou-se uma baixa de 10%.
Em ambas as áreas, a redução de estudantes que concluíram o ensino superior foi maior do que a média de 5,65% de todos os cursos. Foi a primeira vez que caiu o número de formandos desde 2002, quando teve início a série histórica.
Professor e ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Mozart Neves, conversou com Wagner Gomes nesta segunda-feira (13) sobre o problema. Ele lembrou que no campo das licenciatura, ou seja, de formação de professores, este cenário já vem acontecendo há um certo tempo. "Isso é um retrato da desvalorização na carreira do magistério", justificou. "Nós precisamos estancar isso. Só vamos fazer com que isso, de fato, mude se efetivamente tornarmos a carreira motivadora para os jovens", completou. O professor ainda destacou que esse processo deve ser iniciado ainda no ensino médio.
O profissional ficou surpreso com os dados em relação aos cursos de saúde. Ele atribui a queda à um fato que ele lembra do período em que ele era pró-reitor da UFPE. "Quando você tem mais de uma opção, por exemplo, você permite que o aluno ingressante faça até três opções para ingresso na faculdade. Então, se ele quer medicina, como primeira opção, se a segunda for um outro curso na área da saúde e ele eventualmente não entrar em medicina, ele termina entrando na segunda ou na terceira opção e tirando, às vezes, o lugar daquele aluno que queria colocar como primeira opção fisioterapia ou nutrição, por exemplo", exemplificou o professor. Ele ainda destaca que, se esse aluno consegue ingressar em medicina, mais a frente, ele acaba desistindo do curso que havia iniciado.
Confira a entrevista completa: