EDUCAÇÃO

Governo promete descontos salariais e até demissão para professores que aderirem à greve

Medida foi publicada na edição desta terça-feira do Diário Oficial do Estado. Professores de escolas de referências poderão ser deslocados da instituição.

Da Rádio Jornal; atualizada às 17h
Da Rádio Jornal; atualizada às 17h
Publicado em 14/04/2015 às 12:33
Foto: Lélia Perlim / Rádio Jornal


A portaria publicada na edição do Diário Oficial desta terça-feira (14) estabelece que os professores tenham os dias descontados durante a greve. Já os docentes lotados nas escolas de referência que aderirem à greve podem ser transferidos para outras unidades, o que pode significar uma queda significativa nos salários.

No caso dos educadores com contratos temporários a punição poderá ser o cancelamento do vínculo. O Governo do Estado ameaça substituir os grevistas por outros profissionais a fim de garantir o ano letivo. Para tanto, a frequência nos locais de trabalho passa a ser analisada minuciosamente a partir desta terça-feira.

A Secretaria de Educação assegura que as negociações com os trabalhadores estão suspensas por conta da greve. Atualmente, 650 mil estudantes estão matriculados em cerca de 1000 estabelecimentos de ensino.

Os números de professores que aderiram à greve divergem entre poder público e sindicato da categoria. Enquanto o governo diz que a adesão foi de 45%, os representantes dos professores falam em 70%. Os professores reivindicam 13,01% de reajuste para todos e não apenas para quem tem magistério como foi aprovado pela Assembleia Legislativa de Pernambuco.

Nestas segunda e terça-feira, algumas escolas funcionaram normalmente enquanto que em outras os alunos sequer apareceram. A repórter Clarissa Siqueira foi até a Escola de Referência Nóbrega, no bairro da Encruzilhada, e encontrou apenas uma aluna, a Larissa Karen, que foi à instituição mesmo sabendo que não teria aulas. “Os professores vierem, os alunos é que não estão”, conta.

Nesta terça-feira, às 14h, o sindicato promove um debate sobre projetos em tramitação no congresso na sede, que fica no Bairro de Santo Amaro.

Em entrevista à Rádio Jornal, o presidente do Sintepe, Fernando Melo, diz que a pressão do poder público não vai intimidar a classe. "É difícil acreditar em um governo que promete 100% e dois meses depois nega 13%", disse:


O levantamento realizado nesta terça-feira (14), pela Secretaria Estadual de Educação, nas escolas da rede apontou que 48% (506 escolas) não paralisaram as atividades, enquanto 31% (319 unidades) paralisaram parcialmente e 21% (220 escolas) aderiram totalmente à paralisação. Os números são referentes às aulas do turno da manhã.

A Secretaria de Educação continua solicitando que os pais ou os responsáveis entrem em contato com as escolas dos seus filhos para saber se a unidade está com as atividades normalizadas e, em caso positivo, encaminhem os estudantes para as escolas.