POLÍTICA

“Governo teme rejeição das contas e quer ganhar tempo”, diz ministro José Múcio, do TCU

Pernambucano será o relator das contas do governo de 2015, que serão julgadas em 2016.

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 06/10/2015 às 9:29


“Tudo que está acontecendo no Tribunal de Contas da União neste ano é inédito”, declarou o um dos ministros do TCU, o pernambucano José Múcio Monteiro durante entrevista exclusiva à Rádio Jornal desta terça-feira (6). Ele é um dos nove ministros que vai participar amanhã do julgamento das contas do governo Dilma do ano de 2014. Ouça a entrevista completa:

O processo se arrasta a pelo menos dois meses e é componente de uma disputa política. A possível rejeição das contas da presidente pode dar motivos para a abertura de um processo de impeachment. Para José Múcio, o julgamento ganhou um viés muito político e demorou bastante. Ele também falou sobre a inédita participação popular no processo, exercendo pressão sobre a corte.

Para o ministro, o pedido nesta semana da Advocacia Geral da União (AGU) para a troca do relator das contas, Augusto Nardes, também é algo inédito. “O governo teme a rejeição das contas e que isso seja aproveitado em meio a esse momento tenso. O governo quer ganhar tempo”, afirmou Múcio.

Apesar do pedido, o julgamento não será adiado e deve começar amanhã, às 17h, em Brasília. Primeiro será julgado o pedido de afastamento do relator e, na sequência, as contas do governo referentes ao ano passado. Para José Múcio, o relator chegou a ser informado sobre o excesso de declarações: “Juiz não pode falar, isso está na lei. Dissemos isso ao relator”, afirmou.

Para o ministro, “o relator não pode dizer o que vai fazer antes do julgamento”. Ele ainda lembrou que deve ser o responsável pela relatoria das contas do governo do ano de 2015, que deve ser realizado no ano que vem.