DESCASO

Ponte que liga bairros do Monteiro e da Iputinga é retrato do abandono de obras públicas

Esse foi o destaque da coluna A Cidade e o Cidadão desta quinta-feira (16)

Rádio Jornal
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Publicado em 16/06/2016 às 16:26
Obra está abandonada
Foto: Ricardo B. Labastier/ JC Imagem


A coluna A Cidade e o Cidadão desta quinta-feira (16) denunciou a situação da ponte que liga os bairros de Monteiro e Iputinga, na Zona Oeste do Recife. Uma obra inacabada, iniciada em 2012 e que está parada desde 2014, exemplifica bem como se trata o dinheiro público no Brasil.

O equipamento está completamente esquecido e na administração do prefeito Geraldo Julio a obra parou. É uma obra orçada em R$ 54 milhões, que tinha como financiador o Banco Mundial, e foi herdada da gestão João da Costa. O Banco Mundial saiu do contrato, após perceber que a obra não iria andar.

A estrutura é cheia de falhas, começando pela sua concepção. Uma alça do viaduto caía em cima de uma escola de referência. Então seria necessário derrubar a escola para os carros passarem.

Confira os detalhes na coluna completa:

O Tribunal de Contas do Estado abriu uma auditoria especial para acompanhar a obra. Hoje, a situação está no Ministério Público Federal, porque o Governo Federal intermediou o contrato.

A conselheira Tereza Duere conversou com Graça Araújo e a jornalista do Jornal do Commercio Ciara Carvalho. Ela aponta a falta de planejamento para a situação das obras paradas. “Essa obra é muito representativa, porque é uma obra mal planejada. Como essa obra você tem a mobilidade do Recife, o Geraldão parado, uma coisa que é gritante que é a Av. Conde da Boa Vista”, disse.

Equipamento oferece risco aos moradores da localidade

Segundo ela, a ponte tinha financiamento, inclusive internacional. “Só que o município não deu a contrapartida. Então o Banco Mundial sem contrapartida, que é do município e da União, foi embora”, explicou. “Perde-se uma fonte de renda, como se a cidade tivesse muito dinheiro”, criticou a conselheira.

O projeto, de acordo com a explicação da conselheira, não é só de uma ponte isolada. “Nós fizemos uma representação para o Ministério Público Federal. A gente quer uma responsabilização inclusive criminal”, disse. “Você vê o risco que se corre todos os dias, porque essa ponte fica junto de uma favela. As crianças, que muitas vezes não vão para a aula porque não tem merenda, tem uma série de problemas, ficam brincando nas ferragens da ponte”, denunciou Tereza.