AUDIÊNCIA MARCADA

Socióloga diz que Pacto Pela Vida acabou após morte de Eduardo Campos

Ednaldo Santos recebeu a socióloga, Ana Paula Portela, e o secretário Eduardo Machado nesta sexta-feira (19)

Rádio Jornal
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Publicado em 19/08/2016 às 22:41
Imagem/ Rádio Jornal

A segurança no Recife e no Estado foi debatida no Audiência Marcada desta sexta-feira (19.08). O apresentador Ednaldo Santos trouxe para o estúdio o secretário executivo de Segurança Urbana da Prefeitura do Recife, Eduardo Machado, e a socióloga e pesquisadora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Ana Paula Portela. O programa teve também a presença do editor de Política do JC, Gilvan Oliveira.

O Pacto pela Vida foi uma das questões postas em discussão pelos debatedores. Segundo Ana Paula Portela, o projeto alcançou resultados satisfatórios na redução da violência durante a gestão de Eduardo Campos. “Quando o governador se afastou para concorrer à Presidência da República e depois faleceu, o Pacto pela Vida se desestruturou. Pra mim ele acabou”, opinou.
Ainda de acordo com a pesquisadora, o Pacto não foi construído prevendo sustentabilidade futura com ações permanentes. “O Governo Presente e o Território da Paz acabaram, que atendiam bairros como Santo Amaro. É preciso um esforço conjunto de várias secretarias para atacar o problema da violência”, defendeu.

O secretário Eduardo Machado apontou o Centro Comunitário da Paz (Compaz) como uma das principais estratégias adotadas pela prefeitura na luta contra as desigualdades sociais. No Compaz, que funciona no Alto Santa Terezinha, na Zona Norte, jovens e adultos do bairro e de mais dez comunidades próximas participam de artes marciais, atividades esportivas e cursos de inglês e espanhol. As mães também são beneficiadas com meditação, ioga, ginástica, entre outras iniciativas. “Nós já cadastramos 5.300 pessoas no Compaz e cerca de três mil já foram contactadas. Para se ter uma idéia 700 jovens estão participando de artes marciais, 300 na natação, 200 na dança, 500 no futebol e outras modalidades, além de 320 meninas e meninos nos cursos de idioma”, contabilizou o secretário.

Na visão da socióloga Ana Paula Portela a segurança pública não é problema de polícia. “É uma questão social que diz respeito às áreas de governo. E o município tem a responsabilidade de cuidar das políticas públicas”. Ela comentou ainda que a crise econômica tem relação com a violência, mas não é um fator decisivo. “A ausência do poder público nas áreas mais vulneráveis é que provoca as desigualdades sociais”, apontou.

A pesquisadora disse que melhor iluminação pública, requalificação urbana das periferias com a ocupação dos espaços públicos pelas pessoas, melhores rotas de ônibus com as mulheres e idosos podendo embarcar e desembarcar fora das paradas e mais próximo de suas casas, auxiliam na segurança.
O secretário Eduardo Machado relatou que os jovens que freqüentam o Compaz já estão com outra postura. “Nós queremos preparar uma nova geração que vai se relacionar de outra maneira. Os jovens beneficiados pelo Compaz já começam a interagir de uma forma mais prazerosa”, colocou.
Acompanhe na íntegra o Audiência Marcada: