A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) anunciou nesta segunda-feira (26) que vai instaurar duas comissões de inquérito para investigar depredações e atos de vandalismo dentro da instituição durante os dois meses de ocupação. Os estudantes protestavam contra a PEC 55, que limita os gastos públicos durante 20 anos e que foi aprovada no Congresso e sancionada pelo presidente Michel Temer.
Na UFPE, a saída dos manifestantes se deu dois meses depois e após uma negociação que envolveu até a Defensoria Pública da União. A mobilização ocorreu também em outras instituições como a Universidade de Pernambuco e escolas da rede estadual de ensino.
No Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), no Campus da Cidade Universitária, o rastro é de destruição. São salas arrombadas e reviradas, livros espalhados, vidros quebrados e pichações com ameaças a professores, inclusive de morte. A diretora do Centro, Maria da Conceição Lafayette, se mostra preocupada:
Um dos principais alvos foi Rodrigo Jungmann, docente conhecido pela postura crítica a esquerda política. O mestre em filosofia afirma qual o cenário encontrou no ambiente de trabalho:
O professor de filosofia Rodrigo Jungmann afirma que os excessos não podem ficar no rol da impunidade:
As aulas serão retomadas na Universidade Federal de Pernambuco no dia 9 de janeiro. O levantamento dos prejuízos nos 15 andares do CFCH começou na tarde desta segunda-feira (26) e segue nesta terça-feira (27).
Nas redes sociais, o Movimento Ocupa UFPE informa que vai divulgar uma nota oficial sobre o fato. A organização do protesto ainda não se posicionou sobre as acusações.
No Centro de Artes e Comunicação (CAC), também no Campus da Cidade Universitária, o prejuízo vai das pichações ao furto de equipamentos eletrônicos. Já no Centro de Biociências, Centro de Educação e Departamento de Enfermagem, que também foram ocupados, não houve vandalismo.
Nas redes sociais, há quem critique a depredação do patrimônio público. Em outros casos, internautas defendem a forma de chamar a atenção da sociedade.
Tumulto investigado
Também é alvo de investigação o tumulto na sessão do conselho na semana passada que definiu o calendário acadêmico pós-greve. Os professores encerrar a paralisação dia 15 de dezembro.
O reitor da UFPE diz que já repassou informações detalhadas dos últimos acontecimentos a Polícia Federal. Anísio Brasileiro afirma que todas as providências estão sendo tomadas para que isso fique somente no passado: