Entrevista

Não fiz Carnaval e São João pensando nessa festa, diz prefeito de São Lourenço após suspensão do TCE

Prefeito Bruno Pereira (PTB) vai acatar a decisão do TCE, que suspendeu a Festa de Agosto, e afirmou que a antiga gestão deixou "herança maldita"

Rádio Jornal
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Publicado em 02/08/2017 às 9:48

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Após a decisão do TCE pela suspensão da "Festa de Agosto", no município de São Lourenço da Mata, no Grande Recife, o prefeito Bruno Pereira (PTB) disse que deixou de fazer Carnaval e São João na cidade pensando no impacto financeiro que trariam aos cofres do município quando fosse realizada a festa do padroeiro da cidade.

"Minha preocupação com essa Festa de Agosto, para não gerar um desequilíbrio financeiro na minha gestão, era tanta que eu não fiz Carnaval e não fiz São João. Nós nos preocupamos em fazer contingenciamento e cuidar do financeiro, para agora o município estar sanado, e fazer uma festa para gerar renda", disse o mandatário em entrevista concedida à Rádio Jornal na manhã desta quarta-feira (02).

Confira a entrevista do prefeito de São Lourenço na íntegra

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) determinou através de uma medida cautelar, no último dia 25 de agosto, a suspensão das contratações para a "Festa de Agosto" em São Lourenço da Mata. A determinação, assinada pelo conselheiro Dirceu Rodolfo, também suspendeu "o procedimento administrativo de credenciamento de empresas para a exploração do espaço público do pátio de eventos da cidade".

Ainda segundo o TCE, o município decretou estado de emergência no início deste ano alegando dificuldades financeiras. Na época, convênios firmados em exercícios anteriores também foram congelados. Ainda segundo o conselheiro, a folha de pagamento dos servidores do mês de dezembro de 2016, também estava em atraso.

A estimativa do TCE do gasto da prefeitura com a festa foi de R$ 4 milhões, mas Bruno Pereira negou o valor, e classificou a herança da antiga gestão, comandada por Gino Albanez (PSB), ligado ao 'clã Labanca', como "maldita".

"Investimos não R$ 4 milhões, foi comprovado pelo conselheiro do Tribunal de Contas, que viu nossa defesa e disse que foi gasto menos de R$ 1,5 milhão. É uma Festa que movimenta a economia. Para você ter ideia, se colocarmos uma média de 50 mil pessoas na cidade por dia nesses 10 dias, teríamos R$ 10 milhões de incremento no nosso município. Infelizmente, como a antiga gestão deixou uma herança maldita, com três meses de salários atrasados e INSS atrasado, o Tribunal de Contas entendeu que era mais importante pagar essas dívidas do que fazer a Festa", disse Bruno Pereira.

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O petebista explicou o por quê de não ter utilizado o dinheiro da festa para pagar os salários atrasados dos servidores, após um acordo de parcelamento realizado com a classe, e também esclareceu que assumiu a prefeitura com um débito de R$ 10 milhões.

"Assumi a prefeitura com mais de R$ 10 milhões de débito, e paguei logo todas as dívidas atrasadas. Parcelamos o salário de dezembro da antiga gestão em 10x, onde se encontra em dia. Então, quando o decreto [de emergência] se encerrou, analisamos que tínhamos condições de fazer uma festa como essa, pagar o salário dos servidores, aumentar o salário dos professores e fazer um incremento para melhorar a economia, pois estamos reestruturando uma cidade que foi deixada em situação de caos", finalizou.

Atrações da "Festa de Agosto" se pronunciam

A banda Aviões do Forró emitiu um comunicado nas redes sociais confirmando o cancelamento do show na "Festa de Agosto".