POLÊMICA

Senadores repudiam afirmação de general do Exército sobre intervenção

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que já solicitou a convocação do ministro da Defesa, Raul Jungmann, para prestar esclarecimentos

Rádio Jornal
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Publicado em 19/09/2017 às 10:57

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Senadores repudiaram a declaração do general do Exército Antônio Hamilton Martins Mourão sobre a possibilidade de intervenção militar no País, se os casos de corrupção não forem resolvidos pelo Judiciário.

Para o senador José Medeiros (Pode-MT), o Brasil vive uma crise, mas não é hora de se pensar em ruptura. Já o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou, nessa segunda-feira (18) em Plenário, que esse tipo de declaração se equipara a um crime de responsabilidade.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) considerou o caso como uma “quebra de hierarquia” e afirmou que já solicitou a convocação do ministro da Defesa, Raul Jungmann, para prestar esclarecimentos na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.

General é criticado por Forças Armadas

O general Mourão falou por três vezes na possibilidade de intervenção militar diante da crise enfrentada pelo País. A afirmação foi feita em palestra realizada na noite de sexta-feira, 15, na Loja Maçônica Grande Oriente, em Brasília, após o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciar pela segunda vez o presidente Michel Temer por participação em organização criminosa e obstrução de justiça.

A atitude do general causou desconforto em Brasília. Oficiais-generais ouvidos pelo jornal "O Estado de S. Paulo" criticaram a afirmação de Mourão, considerada desnecessária neste momento de crise.

"Ou as instituições solucionam o problema político, pela ação do Judiciário, retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos, ou então nós teremos que impor isso", disse Mourão em palestra gravada, justificando que "desde o começo da crise o nosso comandante definiu um tripé para a atuação do Exército: legalidade, legitimidade e que o Exército não seja um fator de instabilidade".

Saiba mais na reportagem de Rebeca Ligabue, da Rádio Senado

*As informações são da Agência Senado