FREQUÊNCIA 2.0

O Carnaval do Recife está se perdendo, diz Maciel Salú

Rabequeiro criticou desvalorização de troças e blocos durante o carnaval. Programa ainda debateu preconceitos do carnaval com socióloga Liana Lewis

Rádio Jornal
Rádio Jornal
Publicado em 08/02/2018 às 14:05

Imagem

O carnaval invadiu o “Frequência 2.0”. Os jornalistas Rafael Souza e Ravi Soares receberam o cantor, compositor e rabequeiro Maciel Salú, que falou sobre música, cultura e folia. O programa ainda debateu os preconceitos do carnaval com a socióloga Liana Lewis. Escute o programa na íntegra abaixo.

Tradição e desafio

Músico e um dos expoentes da nova geração da rabeca no Brasil, Maciel Salú diz que o carnaval pernambucano precisa dar mais valor para a folia na periferia e dos blocos e troças carnavalescas. “O carnaval do Recife não é só o Marco Zero, é também a periferia”, defende. “A gente tem que ter muito cuidado pra não deixar de valorizar isso”, afirmou.

Salú acredita que a Prefeitura do Recife deveria ter mantido o maracatu na abertura do carnaval como foi por tantos anos com percussionista Naná Vasconcelos, morto em 2016. “Chamava muita atenção e agora ficou pra quinta-feira. Poderia ter continuado”, diz.

Filho de uma família icônica da cultura pernambucana, Maciel Salú é de Olinda, mas lembra das raízes interioranas: “Pra mim é uma honra nascer na família e ser filho de um grande mestre como Salustiano e além disso ter aprendido com outros mestres do interior”, celebra.

“A religião influi diretamente na música”, diz Karynna Spinelli
"Não é o público. Tem que conquistar Boninho", diz ex-BBB Tati Pink
Michelle Melo: o Brega e o nosso povo merecem mais respeito

O cantor dá muito valor á internet e percebe os jovens chegando à cultura por novos caminhos. “Música não tem idade e ela quebra tudo: preconceito, racismo, tudo. Música é união”, acredita.

Marchinha machista, racista e homofóbica? Não!

Se o preconceito teve (e ainda tem) espaço garantido na folia, os tempos são outros e vai ter resistência. No quadro “Mistura Massa”, uma entrevista com a socióloga e antropóloga da UFPE, Liana Lewis. Ela exibe o caráter racista e extremamente machista da folia de momo: “O discurso do risível vem pra legitimar essa violência. É muito comum na questão racial. As pessoas racistas atribuem o preconceito ao negro quando ele não aceita esse preconceito”, explicou.

O programa ainda falou sobre os cuidados com a “pegação” durante as festas com a sexóloga Silvana Melo, na coluna “Sexo e Relacionamento”. Já a astróloga Angela Brainer explicou os fenômenos lunares no quadro “Astros e Estrelas”.