Exército

As Forças Armadas não farão papel de polícia, diz Raul Jungmann

Ministro da Defesa ainda rebateu que Pernambuco não está pior que o Rio de Janeiro

Rádio Jornal
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Publicado em 23/02/2018 às 9:37

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Em em entrevista ao programa Super Manhã, com Wagner Gomes, o Ministro da Defesa Raul Jungmann falou mais uma vez sobre a ação autorizada das Forças Armadas no Rio de Janeiro. Ele acredita que muita gente não entende a função do Exército nesta situação. "As Forças Armadas não farão papel de polícia. O exército continuará fazendo bloqueio nas estradas, bloqueio marítimo, a Força Aérea fará nos aeroportos, a Marinha fará nos portos", esclarece.

O ministro comentou a polêmica em torno de declarações que fez recentemente sobre os mandados coletivos de segurança. "É uma falsa polêmica", rebate. Ele comparou a situação dos mandados a um sequestro onde a vítima está em um prédio, mas a polícia não sabe o apartamento exato. "Você pediria ao juiz autorização para revistar todos os apartamentos ou ficaria aguardando?. Estamos vivendo no País uma emergência na área da segurança e nós temos que, democraticamente, com respeito aos direitos humanos, ter ser mais firmes".

Confira a entrevista completa:

O Ministro defende que essa é maneira do Governo responder à população amedrontada e que se sente "absolutamente vulnerável". "Esse clima de vulnerabilidade, medo, de pavor, que enche as pessoas, faz com que se busque um salvador da pátria, se busque alguém que, com fórmula simples e muitas vezes extremamente regressivas, proponha soluções". O ministro acredita que o sistema de segurança desenhado na Constituição de 1988, está falido e por razões obvias. "Sessenta mil mortes, sistema carcerário da mão da bandidagem, bandidagem institucionalizada, demora que temos para termos processos devidamente julgados e terminados e penas estabelecidas".

Pernambuco pior que o Rio?

Sobre a reclamação de políticos pernambucanos em relação à atenção que o Governo Federal tem dado ao Rio de Janeiro, o ministro pondera. "Pernambuco está pior que o Rio de Janeiro? Categoricamente não. Pernambuco não vive uma crise econômica, fiscal e moral. Os últimos três governadores do Rio de Janeiro estão na cadeia. Hoje, 830 comunidades estão sob o controle do tráfico e das drogas, onde não se pode entrar. O calendário escolar não é cumprido, cultos e missas não acontecem à noite por insegurança. Sem desconhecer os problemas que nós temos, o Rio se caminha a passos largos para um situação que pode fugir de controle".