VIOLÊNCIA SEXUAL

Justiça avalia pedido de soltura do médico suspeito de estupro

O médico Kid Nélio Souza de Melo, de 35 anos, cumpre mandado de prisão temporária de 30 dias no Cotel

Rádio Jornal
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Publicado em 05/03/2018 às 15:15

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Após os advogados do ortopedista Kid Nélio Souza de Melo, de 35 anos, terem o pedido de habeas corpus negado pelo desembargador Eudes França, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco vai avaliar o pedido em decisão colegiada. O médico está no Cotel, em Abreu e Lima, e cumpre mandado de prisão temporária de 30 dias.

Ele foi preso na última sexta-feira (2), suspeito de estuprar pelo menos 12 mulheres no exercício da profissão. As vítimas formalizaram a queixa na Delegacia da Mulher de Santo Amaro, na área central do Recife.

Confira os detalhes na reportagem de Kimberly Neri:

Relatos das vítimas

A maioria dos casos aconteceu no consultório da UPA da Imbiribeira, na Zona Sul da capital pernambucana. A primeira denúncia foi de uma jovem de 18 anos, que procurou a unidade de saúde. O registro foi feito no dia 21 de fevereiro. A tia da vítima, que não quis se identificar, conta como a sobrinha reagiu após ter sido molestada. “Ela disse que ficou travada, não teve coragem para nada. Ele fez o ato com ela e, como se não tivesse acontecido nada, pegou um lençol, enxugou ela, mandou ela vestir a roupa, tomar medicamento”, disse.

Quem também procurou a polícia, um dia depois, foi uma universitária de 32 anos. Segundo a mulher, que também não quis se identificar, ela foi à UPA da Imbiribeira no dia 15 de fevereiro por causa de um machucado no dedo. Ela detalha a cena constrangedora que passou no consultório. “Ele já começou a alisar meu dedo, ficava massageando e com uns olhares insinuativos. Ele se encostou muito em mim, aí ficou falando perto do meu ouvido e encostou o pênis dele na minha mão e encostou. Aí nessa hora eu dei uma cotovelada nele”, detalhou.

No dia 26 de fevereiro, outra mulher de aproximadamente 30 anos procurou a delegacia. Em conversa com os jornalistas, ela disse que teria sido violentada pelo médico em maio do ano passado e que procurou à Polícia Civil depois de ser aconselhada pela irmã.

Dois dias depois, mais uma mulher prestou queixa contra o médico. Segundo a vítima, o crime aconteceu no dia 29 de novembro de 2017. Ela reclamava de dor no tornozelo e disse que o ortopedista pediu que ela ficasse de costas e a segurou pelo seio e apalpou as nádegas dela. Também foram notificados abusos de outras vítimas em uma clínica particular.