Impactado com o que viu na Ilha do Retiro, na noite dessa quarta-feira (7), o repórter Leonardo Boris levantou a questão: por que o jogo continuou enquanto dezenas de pessoas feridas recebiam atendimento ao lado do campo? A partida seguiu normalmente depois que parte da torcida tricolor deslizou em avalanche até o gradeado. De acordo com o médico Caio Santos, responsável pela equipe médica do jogo, o saldo foi de 60 machucados, um deles teve fratura exposta no tornozelo e outro convulsionou. Felizmente, ninguém ficou em estado grave. Santa e Sport terminaram empatados em 1 x 1.
Ouça o depoimento de Leonardo Boris e da torcida:
"Foi um verdadeiro campo de batalha", presenciou Boris. "Muitas pessoas estiradas no gramado, desmaiadas, mulheres, crianças, uma cena de horrorosa". Os torcedores, ainda muito agitados, culparam a polícia pela confusão. "Foi a polícia que fez isso aí", disse um deles."A gente só estava brincando. Não precisava fazer isso não. Desceram já no cacete".
O médico Caio Santo lamentou a realidade violenta dos estádios do Brasil:
"Foi uma cena lamentável. É muito triste porque era pra ser um momento de alegria , de se confraternizar, e acaba afastando a família do estadio, que fica vez mais vazio", disse o médico. Uma jovem, que pela primeira vez foi a um estádio, se machumou no joelho e garantiu que nunca mais voltaria.
Entenda a confusão
A confusão teve início quando o juiz se preparava para encerrar o primeiro tempo e um torcedor, na comemoração do gol do Santa Cruz, tentou acender um sinalizador, informou o repórter da TV Jornal Denis Cavalcanti. O artefato é proibido por questões de segurança e a polícia tentou impedi-lo. O problema é que muitas pessoas se assustaram com a ação dos PM's e acabaram caindo umas por cima das outras, como um efeito dominó. Quem estava mais embaixo se desesperou e tentou forçar o portão de acesso ao campo. Os policiais revidaram com spray de pimenta.