Considerada “carrasca” da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), por ser autora do pedido que culminou no impeachment da petista, a advogada Janaína Paschoal lamentou nesta sexta-feira (23) a sessão no STF que garantiu uma liminar impedindo provisoriamente a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Dia muito triste para a cidadania. Sensação é de que já estava combinado. Nunca vi nada igual”, afirmou a jurista que foi entrevistada por Geraldo Freire, na Rádio Jornal. Escute a entrevista abaixo:
“Consequência avassaladora”
Para Janaína Paschoal, a sessão foi marcada pelo inesperado. Ela disse que mesmo sendo professora de direito nunca viu nada parecido. “Nunca vi medida cautelar concedida para um habeas corpus preventivo por uma sessão suspensa”, afirmou.
Na última quinta-feira (22), por 7 votos a 4, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o ex-presidente tem o direito de pedir um habeas corpus preventivo após a condenação na segunda instância por corrupção. Como a sessão foi encerrada, os ministros ainda decidiram por 6x5 que o presidente não pode ser preso enquanto essa decisão do habeas corpus não for tomada.
“O ex-presidente conseguiu uma liminar que ninguém conseguiria”, disparou. Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão em regime fechado por corrupção. Os últimos embargos da defesa serão julgados na próxima segunda (26), data em que o presidente já poderia ser preso.
Janaína Paschoal acredita que a decisão pró-Lula do STF piora o clima de pessimismo da população. “A consequência moral para o país é devastadora. As pessoas estão incrédulas e perdendo a esperança. Muita gente está abandonando o país. Foi um balde de água fria em quem tinha alguma esperança para um país republicano onde as regras valem e as instituições funcionam”, desabafaram.