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Lula chega à sede da Polícia Federal em Curitiba onde ficará preso

Ex-presidente Lula ficará em uma sala dentro da sede da Polícia Federal em Curitiba, no bairro de Santa Cândida

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 07/04/2018 às 22:23
Ricardo Stuckert/Instituto Lula
FOTO: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Curitiba por volta das 22h15 deste sábado (7), no aeroporto Afonso Pena. De lá, foi de helicóptero até a sede da Polícia Federal, no bairro de Santa Cândida, na capital paranaense.

Manifestantes pró e contra Lula se reúnem em frente ao prédio que deve receber o político. Pequenos conflitos foram registrados ao longo do dia entre os manifestantes, todos eles separados por intervenção da PM. O maior número de manifestantes, até agora, está em apoio ao ex-presidente. Uma grade foi montada para separar os dois grupos.

Lula deixou o prédio do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, a pé e se entregou a Polícia Federal no início da noite de hoje. A saída do petista causou tumulto e aconteceu pouco mais de 24h depois do limite estipulado pelo mandado de prisão emitido pelo juiz Sérgio Moro, ainda na última quinta-feira (5).

Lula foi impedido de deixar o prédio do Sindicato por manifestantes por volta das 17h20. O carro onde estava o ex-presidente foi parado pelos apoiadores que cercavam a saída da garagem do local. A polícia militar chegou a ser acionada e deu um prazo de 30 minutos para que Lula deixasse o prédio. O petista deixou o Sindicato a pé, entre os manifestantes, para se entregar à PF. Ele segue para o aeroporto de Congonhas onde embarca para Curitiba.

Em discurso, Lula reafirma inocência

Uma negociação ontem entre representantes de Lula e a PF deixou acertado que ele deveria se entregar após uma missa ser realizada em homenagem a Marisa Letícia, ex-mulher do petista e que faleceu no ano passado, na manhã de hoje. Após a missa, o ex-presidente afirmou o desejo de se entregar a PF.

Lula ainda reafirmou inocência, afirmando ter sido vítima de uma mentira. "Estou sendo processado e tenho dito claramente: sou o único processado por um apartamento que não é meu. A PF da lava jato mentiu que era meu, o MP mentiu dizendo que era meu, o Globo mentiu dizendo que era meu e o Moro mentiu dizendo que era meu. Já fiz muita coisa com meus 72 anos, mas não os perdoo. Passaram para a sociedade a ideia de que sou um ladrão. Deram a primazia para ser chamado de petralha, negando a política desse país. Nenhum deles tem coragem ou dorme com a consciência tranquila com a honestidade como eu".