ENTREVISTA

Não tenho medo da Operação Lava Jato, diz senador Romero Jucá

O senador por Roraima disse que está confiante sobre os processos em que é investigado: "três denúncias contra mim já foram arquivadas e todas serão”,

Maria Luiza Falcão
Maria Luiza Falcão
Publicado em 12/04/2018 às 10:31
Agência Senado
FOTO: Agência Senado

Em entrevista exclusiva à Rádio Jornal, o senador pelo estado de Roraima e presidente nacional do MDB, Romero Jucá, comentou os processos em que é investigado na Lava Jato e disse que a operação comete excessos. O parlamentar também afirmou que a disputa entre o Fernando Bezerra Coelho e Raul Henry já passou dos limites. Acompanhe a entrevista na íntegra no áudio abaixo.

Sem medo da Lava Jato

Romero Jucá diz que o Brasil passa por um momento de criminalização da política sem provas e que não tem medo da Operação Lava Jato. "Três denúncias contra mim já foram arquivadas e todas serão”, disse confiante.

Sobre a negativa pela justiça de autorizar a prisão dos amigos do presidente Michel Temer, Jucá acredita que esses amigos “foram mencionados em uma acusação extremamente frágil”. Como líder do governo no Senado, Jucá diz que a posição é de não retirar nenhum ministro que está sendo investigado do cargo.

O emedebista, contudo, diz que a Operação Lava Jato presta um “grande serviço à nação e tem contribuição importante”, mas que comete “excessos”. “Não adianta a gente investir contra a Lava Jato”, completou.

“Não vamos entrar nessa baixaria”

Durante a entrevista, o senador também afirmou que o partido vai lutar até o fim para que Fernando Bezerra Coelho assuma em definitivo o comando da sigla em Pernambuco. “Estamos explicando no Supremo e vamos aguardar a situação”, afirmou Jucá, que criticou o deputado e ex-governador Jarbas Vasconcelos (MDB) e o atual vice-governador Raul Henry (MDB).

Em disputa desde outubro do ano passado, o comando do MDB local está no momento, por decisão do STF, com Raul Henry, que quer manter a chapa da reeleição do governador Paulo Câmara (PSB). Para Jucá é legítimo que o partido deixe o PSB, que é oposição ao presidente Michel Temer, e marche na oposição. “Não vamos marchar com o atual governador, pois o PSB vive criticando o MDB”, frisou.

O senador disse que Jarbas sabia desde o começo que FBC seria o candidato ao governo do estado e que o ex-governador teria assegurada a candidatura ao Senado. Porém, de acordo com Jucá, Jarbas recuou depois, “talvez por pressão de Raul Henry”. Ele ainda criticou o tom “agressivo” do MDB local e disse que não vai “entrar nessa baixaria”. “Não queremos expulsar ninguém do partido. Política não se faz dessa forma”, alfinetou.

Sobre a possibilidade de FBC assumir em definitivo o comando do MDB de Pernambuco e ainda assim Jarbas ser lançado a senador, Romero Jucá diz que na política “tudo é possível”. Para ele, porém, é preciso ver o clima das alianças.