DESPEDIDA

Nadadora Joanna Maranhão anuncia aposentadoria após quatro Olimpíadas

Aos 31 anos, a pernambucana Joanna Maranhão é uma das principais nadadoras do Brasil

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 27/07/2018 às 16:45 | Atualizado em 03/02/2022 às 19:51
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A nadadora pernambucana Joanna Maranhão, 31 anos, anunciou nesta sexta-feira (27) sua aposentadoria. A atleta disse que não participará mais de competições oficiais na carreira. Esta é a segunda vez que a nadadora decide se aposentar do esporte de alto rendimento.

A decisão aconteceu após Joanna se afastar da modalidade para se dedicar a um reality show de dança e, logo depois, sofrer um aborto espontâneo. Agora, ela ficará do outro lado da piscina, oferecendo aulas para crianças e adolescentes em Belo Horizonte, onde mora com o marido Luciano Corrêa.

Como foi a despedida da atleta Joanna Maranhão?

No texto de despedida, Joanna Maranhão agradeceu seus treinadores, mas disse "exceto um", em alusão a um treinador que abusou sexualmente da atleta quando ela era criança. "À meus treinadores (exceto um): vocês tiraram o melhor de mim, por todos os ensinamentos, treinos, desafios, conforto nos centésimos que faltaram e abraço nos momentos de alegria: toda minha gratidão", publicou a atleta em seu perfil no Instagram.

Em 2008, Joanna Maranhão revelou que havia sido molestada sexualmente aos nove anos de idade pelo seu treinador.

 

E é chegada a hora de encerrar um ciclo de tantos anos. Por 17 primaveras defendi as cores do Brasil nos mais diversos campeonatos internacionais. A menina que caiu na água aos 3 e encontrou ali sua essência, sua plenitude, seus maiores pesadelos e também seus maiores sonhos, nem nos mais belos prognósticos se imaginaria tendo a honra de representar o Brasil em 4 Jogos Olimpicos. À todos que estiveram comigo nessa jornada: meu muitíssimo obrigada. À meus treinadores (exceto um): vocês tiraram o melhor de mim, por todos os ensinamentos, treinos, desafios, conforto nos centésimos que faltaram e abraço nos momentos de alegria: toda minha gratidão. À comunidade aquática: aproveitem o futuro, aproveitem a oportunidade de serem ouvidos, de viverem um esporte democrático onde a competição começa e se encerra na piscina. Que fora dela sejamos dignos do verdadeiro valor do atletismo. Não desperdicem a chance de escrever uma nova história nas páginas da natação brasileira. Chega de segredos, chega de retaliação, chega bajulação. Que o resultado na piscina, e apenas ele, diga quem será ou não convocado, quem será ou não contemplado. À natação feminina eu faço um pedido: destruam todos os recordes que ainda existam em meu nome. Façam com que o quinto lugar de Atenas seja uma feliz lembrança em minha memória, e que eu (e Piedade Coutinho onde quer que esteja) possamos nos emocionar com o melhor resultado da natação feminina do Brasil em jogos olímpicos no pódio! E pra quem disser que seu tempo já passou, ou que você tá velha demais: treine o dobro e mostre que, quem persevera por 11 anos pra melhorar tempo de 400 medley, não desiste por sistema nenhum.

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Carreira de Joanna Maranhão

Aos 31 anos, Joanna é uma das principais nadadoras do Brasil e estava se preparando para se classificar para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Se confirmasse a vaga, ela seguiria para a quinta Olimpíada na carreira. Em seu currículo, a nadadora apresenta as disputas dos Jogos de Atenas (2004), Pequim (2008), Londres (2012) e Rio de Janeiro (2016).

Esta não foi a primeira vez que Joanna se afastou do esporte de alto rendimento. Aos 26 anos, em 2013, a pernambucana havia encerrado a carreira. Passou um ano longe das competições oficiais e resolveu voltar porque acreditava ser competitiva para disputar a quarta Olimpíada na carreira.

Em seu retorno, Joanna garantiu a classificação para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, e voltou a ganhar notoriedade internacional. Ela continua entre os principais nomes do esporte do Brasil ao lado de Etiene Medeiros, também de Pernambuco.