INDECISÃO

Contrariando executiva nacional, Marília Arraes confirma candidatura

Segundo Marília Arraes (PT) sua candidatura sofre ataque especulativo; a executiva nacional do PT decidiu apoiar a campanha à reeleição de Paulo Câmara

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 01/08/2018 às 17:30
Diego Nigro/ JC Imagem
FOTO: Diego Nigro/ JC Imagem

Após incerteza sobre a candidatura de Marília Arraes (PT) ao Governo de Pernambuco, a assessoria da vereadora anunciou uma coletiva de imprensa do grupo petista que defende candidatura própria da sigla no Estado, nesta quarta-feira (1º), às 18h.

Mais cedo, a vereadora do Recife, Marília Arraes (PT), confirmou que o partido teria candidato para o Governo de Pernambuco. Após matérias publicadas na imprensa afirmando que os petistas teriam fechado aliança com o PSB, Marília afirmou que sua candidatura sofre "ataque especulativo".

Em vídeo divulgado pela assessoria, Marília Arraes mantém seu nome na corrida. “Ao longo dos últimos meses nós enfrentamos diversos ataques especulativos contra a nossa candidatura. De que não haveria candidatura, de que o PT de Pernambuco seria usado como moeda de troca em negociações e isso não é verdade. (...) É para desmobilizar a nossa militância que, amanhã, vai decidir se o PT de Pernambuco tem candidatura própria ou vai à aliança”, afirmou.



“Estão dizendo que já foi batido o martelo, que já houve uma negociação de gabinete e que a Executiva nacional do PT vai enquadrar Pernambuco e recomentar que Pernambuco tenha uma aliança. Nada disso é verdade”, reforçou.

Deputado confirma aliança

No entanto, poucas horas depois da divulgação do vídeo, o deputado federal pelo PT do Ceará, José Guimarães, publicou em sua conta no Twitter que a executiva nacional do PT decidiu, por 17 votos a oito, apoiar a campanha à reeleição do governador Paulo Câmara, fechando aliança com o PSB.



Com a decisão, a vereadora do Recife Marília Arraes, que faz oposição aos socialistas e brigava pela pré-candidatura ao governo, estaria fora da disputa. O líder da oposição da Câmara dos Deputados publicou ainda que haverá acordos também na Paraíba, no Amapá e no Amazonas.

Por meio de nota, a executiva nacional explicou os motivos que levaram à aliança com os socialistas.

Confira:

"O Partido dos Trabalhadores, por meio de resolução do Diretório Nacional de dezembro de 2017, decidiu conferir prioridade absoluta à candidatura do companheiro Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República.

A primazia do projeto nacional nas eleições de 2018 foi reiterada em sucessivas resoluções do Diretório Nacional e da Comissão Executiva Nacional, orientando e vinculando a este projeto as alianças nos estados.

Com o objetivo de fortalecer a unidade do campo popular em torno da candidatura Lula, e na perspectiva de construir as condições políticas para que uma aliança progressista governe o país a partir de janeiro de 2019, a direção do PT desenvolveu intenso diálogo com outros partidos, prioritariamente PSB e PCdoB, com os quais temos vínculos históricos.

PSB e PCdoB estão entre os cinco partidos que assinaram conosco, por meio das fundações partidárias, o manifesto programático Unidade para Reconstruir o Brasil. Nestas eleições, já estamos juntos na Bahia, Acre, Ceará e Maranhão, e trabalhando para constituir alianças no maior número possível de estados.

O PT entende que a unidade do campo popular é necessária para superarmos a profunda crise do país, reverter a agenda do golpe e retomar o projeto de desenvolvimento com inclusão, onde o povo e os trabalhadores voltem a ser o centro das ações de governo.

Nessa perspectiva, o PT decide incorporar-se às campanhas em que esses aliados históricos disputam governos estaduais, criando as condições para ampliar nacionalmente o apoio à candidatura Lula.

Diante disso, a Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores, com base no Artigo 159 do Estatuto do PT e cumprindo as resoluções do Diretório Nacional sobre a candidatura do companheiro Lula à Presidência da República, resolve, como diretriz estabelecida por esta instância:

1) Apoiar, nos estados do Amazonas, Amapá, Paraíba e Pernambuco, os candidatos a governador do PSB, assim como já apoiamos a candidatura do PCdoB no Maranhão;

2) Formalizar este apoio por meio da integração do PT às respectivas coligações majoritárias;

3) Formalizar o convite ao PROS para integrar a coligação nacional em torno da candidatura Lula.

Brasília, 1O. de agosto de 2018

Comissão Executiva Nacional do PT"

Tarso Genro critica aliança

Em sua conta no Twitter, o ex-governador pelo Rio Grande do Sul pelo PT e ex-ministro do governo Lula, Tarso Genro, criticou a aliança votada pela executiva nacional. Na publicação, ele chama Marília Arraes de "o grande quadro renovador da esquerda do Nordeste".