ESQUEMA

Fraude na Câmara de Vereadores do Paulista pode chegar a R$ 5 milhões

Na operação da Polícia Civil que desarticulou o esquema criminoso, o ex-vereador do Paulista, Iranildo Domício, foi preso

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 10/08/2018 às 13:58
Foto: Divulgação/Polícia Civil
FOTO: Foto: Divulgação/Polícia Civil

De acordo com as investigações da Operação da Polícia Civil, o esquema de fraude na Câmara de Vereadores do Paulista pode chegar a R$ 5 milhões. O Grupo de Operações Especiais (GOE), no bairro da Iputinga, na Zona Oeste do Recife, recebeu no início desta sexta-feira (10) presos da Operação Chaminé.

Eles foram alvos de cinco mandados de prisão preventiva por fraudes em licitações na Câmara de Vereadores do Paulista. Os crimes teriam sido cometidos entre 2013 e 2015 durante período em que o ex-vereador Iranildo Domício, um dos presos, presidiu a casa.

O prejuízo inicial aos cofres do município é de R$ 700 mil, mas a quantia pode ser maior, segundo o delegado Sérgio Ricardo. “Consta nos autos que a Câmara de Vereadores contratava os serviços a esta empresa para reforma do prédio, melhoria da estrutura e era feito um desvio de verba, que a princípio envolvia R$ 700 mil mas pode chegar a R$ 5 milhões”, destacou o delegado.

Confira os detalhes na reportagem de Rafael Carneiro:

Empresa investigada

A Polícia Civil cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão
A Polícia Civil cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão
Foto: Divulgação/Polícia Civil

A empresa envolvida no esquema pertence a Elias Ulisses, empresário de Igarassu e ex-candidato a prefeito em Araçoiaba nas eleições de 2016. A polícia descobriu que no endereço da EUS Serviços Limitados, em Igarassu, funciona um depósito de água mineral.

Além dele outros dois laranjas e a advogada Lúcia Maria do Nascimento, ligada a câmara de vereadores foram levados para dar esclarecimentos a polícia no GOE. Na saída para a Colônia Penal Feminina do Bom Pastor, no bairro do Engenho do Meio, Zona Oeste do Recife, Lúcia negou qualquer participação. “Não tinha conhecimento algum disso. Eu era funcionária do órgão, apenas”, disse.

Durante a execução dos dez mandados de busca e apreensão, os policiais estiveram no prédio da Câmara de Vereadores e endereços em Araçoiaba e Jaboatão dos Guararapes para efetuar o recolhimento de documentos, mídias e telefone celulares dos envolvidos na operação, inclusive, uma caminhonete.

Os suspeitos podem ser condenados por corrupção ativa e passiva, fraude em licitação, lavagem de capital, associação criminosa e peculato, que é o crime contra a administração pública.