Após quatro meses de investigações, a Procuradoria Geral de Justiça denunciou o promotor da Vara de Execuções Penais, Marcellus Ugiette, pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e fraude processual. Depois do recebimento da notificação, a defesa de Ugiette terá 15 dias para apresentar as provas que mostrem a inocência do promotor nas acusações.
Outras 19 pessoas que fazem parte de uma mesma quadrilha, entre elas dois advogados e um ex-policial militar, vão responder pelos crimes de organização criminosa e estelionato.
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De acordo com as investigações, Marcellus Ugiette teria interferido para que membros da quadrilha que já estavam presos fossem transferidos para o mesmo presídio, com o objetivo de que ficassem em celas próximas. Para a polícia, o objetivo do grupo era continuar a prática de crimes. Em troca da suposta interferência, há suspeitas de que o promotor teria recebido dinheiro e presentes.
Em relação ao crime de lavagem de dinheiro, o advogado criminal do promotor, Emerson Leônidas, explica que a denúncia não faz qualquer sentido.
A Procuradoria Geral da Justiça também retirou a denúncia de que ele fazia parte de uma organização criminosa. Na tarde desta terça-feira (4), o desembargador Antônio de Melo e Lima, da 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), determinou a quebra do sigilo do processo.
Para que ele vire réu, a justiça precisa aceitar a denúncia da procuradoria. O advogado do promotor admite que não foi uma surpresa receber a denúncia após os ocorridos durante a investigação.
O promotor Marcellus Ugiette está afastado das funções há um mês.