Por unanimidade, a Literatura de Cordel agora é Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro e se junta ao frevo, maracatu e à Feira de Caruaru. A decisão é do Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O gênero agrega as tradições orais e escritas com influências das culturas europeia, árabe, africana e indígena.
De origem no interior do Nordeste e Norte, o gênero Literatura de Cordel é encontrado hoje em todos as regiões do país. Em Pernambuco, se destacam os cordelistas Severino Milanês, José Pacheco da Rocha, João Ferreira de lima e Manoel Monteiro.
O jornalista e também cordelista Jéfte Amorim afirma que a inclusão no Patrimônio Cultural Imaterial chega em boa hora:
História
O cordel foi inserido na cultura brasileira ao final do século 19. O gênero resultou da conexão entre as tradições orais e escritas presentes na formação social brasileira e carrega vínculos com as culturas africana, indígena e europeia e árabe. Tem ligação com as narrativas orais, como contos e histórias; à poesia cantada e declamada; e à adaptação para a poesia dos romances em prosa trazidos pelos colonizadores portugueses.
Originalmente, a expressão Literatura de Cordel não se refere em um sentido estrito a um gênero literário específico, mas ao modo como os livros eram expostos ao público, pendurados em barbantes, em uma especie de varal.
De acordo com o Iphan, os poetas brasileiros no século 19 conectaram todas essas influências e difundiram um modo particular de fazer poesia que se transformou numa das formas de expressão mais importantes do Brasil.