CRIME ORGANIZADO

SDS garante que criação do Dacro e extinção da Decasp fortalecerá combate à corrupção

Projeto de Lei que prevê a extinção das Decasp para criação de um Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco) está causando polêmica

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 05/11/2018 às 17:24
Bobby Fabisak/ JC Imagem
FOTO: Bobby Fabisak/ JC Imagem

Um Projeto de Lei que prevê a extinção das Delegacias Especializadas de Combate à Pirataria e a de Combate aos Crimes contra a Administração Pública (Decasp), para criação de um Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco) está causando polêmica na sociedade. Encaminhado pelo Governo do Estado à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na semana passada, o PLO nº 2066/2018 foi classificado como um “retrocesso” pela Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe).

O secretário executivo de Defesa Social do Estado (SDS), Humberto Freire, no entanto defendeu que o projeto visa fortalecer a especialidade da Polícia Civil de combate à corrupção, desvio de recursos e o crime organizado. “Hoje, nós temos uma delegacia que trabalha com essa especialização, que é a Decasp, e com a aprovação desse projeto nós elevamos o patamar dessa atribuição, que é uma atribuição implícita na Decasp, ela passa a ser expressa na lei de criação do Dacro”, garantiu.

Segundo o secretário, o projeto de lei não tem o foco de extinguir a Descasp, mas sim a criação do Dacro e das delegacias especializadas. “Nós temos urgência porque precisamos estruturar esse novo departamento e essas delegacias especializadas o quanto antes. A partir de janeiro de 2019 nós já queremos estas novas unidades trabalhando a pleno vapor e perfeitamente integradas com as demais delegacias que comporão o Dacro, que são a Delegacia de Crimes Contra a Ordem Tributária (DECCOT), Delegacia de Polícia Interestadual e Capturas (Polinter), o Grupo de Operações Especiais (GOE) e a Delegacia de Crimes Cibernéticos”, destacou.

Ouça entrevista completa:

Aumento de efetivo

Com relação ao efetivo, o secretário executivo garante que vai haver aumento de efetivo. “Esses policiais que estão hoje no Goe, na Deccot, eles passam a compor a estrutura maior que é o Dacro. E como nós estamos criando mais uma delegacia de combate ao crime organizado, há necessidade de que a gente amplie o efetivo dedicado a esse tipo de investigação e isso já no primeiro momento. No segundo momento, ao longo dos próximos anos, a tendência é que a gente amplie ainda mais o número de policiais dedicados a esse tipo de investigação porque o projeto é criarmos mais seis delegacias”, disse. “Ao fim de todo o processo nós sairemos de uma delegacia para oito delegacias com todo um corpo técnico especializado nesse tipo de investigação”, afirmou.

Ele explicou ainda como fica a transição de uma unidade para outra e assegura que os inquéritos iniciados na Decasp não serão extintos. “Extinguindo-se a Decasp, já criando essas outras unidades, essas naturalmente absorvem as investigações em trâmite e isso é de imediato. Quando nós tivermos a lei que já regulamentarmos em seguida a Polícia Civil vai designar as pessoas que devem estar nessas unidades e prosseguem os trabalhos”, explicou.