CABOPREV

Câmara de Vereadores do Cabo vai abrir CPI para investigar fraudes

Decisão da abertura da CPI foi tomada após protesto de moradores na Câmara. O esquema de corrupção no Caboprev desviou mais de R$ 90 milhões e é investigado pela Polícia Federal

Maria Luiza Falcão
Maria Luiza Falcão
Publicado em 06/11/2018 às 13:17
Foto: Rafael Carneiro/Rádio Jornal
FOTO: Foto: Rafael Carneiro/Rádio Jornal

Em sessão concorrida na manhã desta terça-feira (6), a Câmara de Vereadores do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, se pronunciou sobre um pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito. A CPI ela é um desejo da população que sugere que os parlamentares apurem o escândalo de fraude previdenciária na gestão do município. O esquema de corrupção no Caboprev desviou mais de R$ 90 milhões e é investigado pela Polícia Federal.

A mesa diretora presidida pelo vereador Neto da Farmácia, informou, durante a sessão, que atenderá ao pedido de vereadores e cidadãos. A CPI será instalada a partir da próxima quinta-feira (8), quando votarão os nomes de substitutos para os cargos de três parlamentares afastados pela Operação Ghost, que investiga a contratação de funcionários fantasmas.

Desde de que o atual prefeito Lula Cabral foi preso, no dia 19 de outubro, o vereador da oposição José de Arimatéia tem solicitado um posicionamento da Câmara Municipal sobre a Operação Abismo, da Polícia Federal, que corre em segredo de justiça.

Bate-boca

Antes da sessão ser iniciada, os moradores distribuíram panfletos e conversaram com moradores sobre a necessidade de abertura da CPI. Durante a sessão, os ânimos ficaram agitados e os ativistas no movimento “Ocupa Câmara” gritaram palavras de ordem pedindo a instalação da comissão.

Operação Abismo

A Operação Abismo foi deflagrada há mais de 15 dias e terminou com a prisão do prefeito da cidade do Cabo Lula Cabral. Por lei, uma comissão parlamentar de inquérito, CPI, deve ser aberta pela câmara de vereadores do município nestes casos. Um dos precursores do protesto e morador da cidade, Jorge Lemos, pede celeridade na investigação

Na operação, a Polícia Federal investiga a transferência de R$ 92 milhões do fundo de previdência dos servidores do Cabo de Santo Agostinho. Na última sexta-feira (02), um pastor e advogado Daniel Pereira da Costa de 52 anos, envolvido na fraude, foi preso, e encaminhado ao Cotel. Ele estava foragido e vai ficar à disposição do Tribunal Regional Federal da 5ª Região. Desde que a operação abismo foi deflagrada, já foram cumpridos 15 prisões e 9 suspeitos ainda continuam foragidos.