Harley Quinn

Polícia Civil prende 54 suspeitos de tráfico e homicídios na Mata Sul

A operação Harley Quinn também investiga roubos e porte ilegal de armas em Palmares. De acordo com a Polícia Civil, mulheres estavam sendo usadas para praticar os crimes para despistar investigadores

Maria Luiza Falcão
Maria Luiza Falcão
Publicado em 22/11/2018 às 11:42
Foto: Divulgação/Polícia Civil
FOTO: Foto: Divulgação/Polícia Civil

Subiu para 54 o número total de presos durante toda a operação ‘Harley Quinn’, que teve a sua última etapa deflagrada nessa quarta-feira (21) pela Polícia Civil com o objetivo de coibir a ação de uma quadrilha especializada em homicídio, tráfico de drogas, roubos e porte de armas no município de Palmares, na Mata Sul de Pernambuco. Dessas, 30 apreensões foram feitas durante o curso das investigações, que foram detalhadas em coletiva nesta quinta-feira (22), na sede da Polícia Civil, pelo delegado responsável, Marcelo Queiroz.

Saiba mais na reportagem de Juliana Oliveira:

De acordo com o delegado, durante as investigações iniciais, que começaram em dezembro do ano passado, foi percebido que muitos dos suspeitos envolvidos nessa quadrilha estavam sendo presos, mas as atividades ilícitas continuavam. “Notamos que eles estavam usando as companheiras, inclusive sabendo dos benefícios da lei, já que uma mulher quando está grávida ou tem um filho menor, nesses casos, tem a prisão domiciliar decretada, para dar continuidade aos negócios ilícitos”, explicou.

Segundo ele, uma das suspeitas presas foi a Rafaela Floriano da Silva, conhecida como ‘Rafinha’. A mulher, que é esposa de Cícero Pereira da Silva, também alvo da operação, já teria sido presa transportando 4kg de maconha em um ônibus dentro de um a bolsa de bebê. Grávida, a suspeita também estava junto com uma criança no momento da prisão. “Ela foi a audiência de custódia, foi liberada. Mas, nós verificamos que ela continuava com a atividade criminosa, e ai vimos que precisávamos efetuar o mandado de prisão preventiva, cumprido durante a deflagração da operação”, comentou.

No total, 10,5 quilos de maconha foram apreendidos durante todo o curso da investigação e deflagração da operação. Além do entorpecente, oito armas de fogo, sendo duas de uso restrito do Exército, também foram apreendidas.

O delegado afirmou que, durante o curso da operação, quatro homicídios foram evitados. “Pistoleiros de recife foram contratados, pela quadrilha, para matar quatro pessoas de um grupo rival. Conseguimos evitar”, disse.

Todos os alvos da ‘Harley Quinn’ foram presos e encaminhados para audiência de custódia. As mulheres apreendidas foram recolhidas para a Colônia Penal Feminina do Recife, localizada no bairro da Iputinga, no Recife. Já os homens estão recolhidos na Penitenciária de Palmares.

Relações

Um dos alvos da operação, Saulo Dytácio Barbosa da Silva, tem relação com a organização criminosa investigada pela morte do advogado trabalhista, André Ambrósio Ribeiro, 46, que foi assassinado a tiros no dia 12 de julho deste ano. Segundo o delegado Marcelo Queiroz, a polícia ainda investiga a relação do suspeito com as pessoas investigadas pelo crime.

O grupo também foi responsável pelo homicídio de um comissário da polícia, em 2016, em Água Preta, na Zona da Mata do estado. José Guilherme Fonseca teria sido assassinado por um dos membros desse grupo, que foi preso, mas continuou com as atividades criminosas de dentro do presídio.

'Harley Quinn'

Dos 24 presos detidos nesta últimas etapa da Harley Quinn, 11 eram mulheres. “Eram companheiras dos investigados durante a Operação, e que ficaram aqui fora comandando o tráfico sob orientação dos que haviam sido presos”, revelou.

De acordo com o Diretor, o nome da Operação é uma referência à personagem Arlequina, parceira do vilão Coringa no universo dos quadrinhos da DC Comics. “Trazendo em definição mais ampla, é a companheira do criminoso. A grande maioria [das detentas] tinha vínculo - quando não era afetivo, familiar - com pessoas que já haviam sido presas pela Operação”.