Uma coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (28) pelo advogado da empresa de ônibus Pedrosa utilizou imagens para argumentar que o disparo de arma de fogo que atingiu o garoto Lucas Lyra, antes de uma partida entre Náutico e Central pelo Campeonato Pernambucano de 2013, não foi realizado pelo segurança da empresa, José Carlos Feitosa Barreto, condenado a oito anos de prisão pelo crime.
O perito contratado pela empresa de ônibus, Adamastor Nunes de Oliveira, essa conclusão se deu após o laudo pericial, através de análises detalhadas de câmeras da Secretaria de Segurança Social (SDS) que mostraram o acusado em frente a Lucas, o que impossibilitaria o tiro na nuca.
"É incompatível por conta da posição que eles se encontravam. O Lucas estava frontalmente ao José Carlos. A bala só poderia ter atingido a frente do Lucas. Se ele tentasse fazer algum movimento para atingir a nuca, seria impossível pela velocidade do projétil", disse Adamastor.
João Vieira, advogado de José Carlos Feitosa, afirmou que nem mesmo o cliente teria a ciência de que o tiro que atingiu Lucas Lyra foi efetuado por outra pessoa.
"O José Carlos é uma pessoa que está trabalhando como qualquer outra, está vivendo como qualquer outro cidadão, mas nem ele sabia do segundo disparo naquele momento. O primo do Lucas Lyra afirma ter ouvido dois disparos. O que teria atingido o Lucas foi o disparado da pessoa com o capacete e não o do José Carlos", disse João Vieira.
Os resultados das análises serão arquivados aos processos para que seja esclarecida a autoria do disparo. A defesa também afirmou que pedirá a anulação do julgamento.
Relembre o caso
Lucas foi alvejado na nuca em frente ao estádio dos Aflitos, durante uma briga de torcidas organizadas antes da partida entre Náutico e Central, pelo Pernambucano de 2013. Desde então, vem realizando cirurgias e outros tratamentos em busca da recuperação, mas ainda sofre com sequelas.
Lucas perdeu 90% da audição e tem dificuldade na fala, além da paralisação do lado esquerdo do corpo. Adquiriu osteoporose e osteopenia, além de sofrer dores, sobretudo na região umbilical. Dois técnicos em enfermagem acompanharam o torcedor no fórum durante o julgamento do caso, que aconteceu no último mês de setembro.