Caso Marielle

'Bolsonaro estimulou esses grupos a vida inteira', diz Freixo sobre milícias

Deputado federal diz que seria 'leviano' ligar presidente à morte de Marielle, mas que Bolsonaro sempre foi favorável a grupos milicianos

Priscila Miranda
Priscila Miranda
Publicado em 14/03/2019 às 9:38
Valter Campanato/Agência Brasil
FOTO: Valter Campanato/Agência Brasil

Em entrevista ao programa Passando a Limpo na Rádio Jornal nesta quinta-feira (14), data que marca um ano do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, o deputado federal Marcelo Freixo (Psol-RJ) afirmou que ainda espera pela segunda parte das investigações sobre o caso que apontem para os mandantes do crime.

Freixo destacou, assim como a viúva de Marielle, Mônica Benício, que não associa diretamente o presidente da república Jair Bolsonaro à morte da vereadora, mas que o político sempre defendeu as milícias em sua vida política, que estariam ligadas à execução dela. Até agora, um policial reformado e um ex-PM foram presos suspeitos de terem executado Marielle.

"Muita gente me perguntou se eu achava que existia a possibilidade de vínculo do Bolsonaro e o criminoso, por serem vizinhos, morarem no mesmo condomínio, porque a filha do assassino namorou o filho do Bolsonaro. Eu acho que a gente não pode ser leviano, não pode confundir os papéis. A morte da Marielle é uma coisa muito séria para a gente usar de algum tipo de oportunismo. O problema que eu acho é o quanto ele estimulou esses grupos no Rio de Janeiro a vida inteira. Quando eu presidi a CPI das milícias, o Bolsonaro defendeu a legalização das milícias publicamente, O Flávio Bolsonaro teve relações com grupos de extermínio abertamente. Então, sempre defenderam uma ação violenta, execuções,. Esse tipo de postura levou, em boa parte, o Rio de Janeiro a chegar onde chegou", afirmou o deputado.

Freixo comentou ainda a saída do delegado que comandou as investigações, Giniton Lages, do caso, e também sobre a possibilidade de ter sido um crime de ódio. "Não há uma nenhuma possibilidade de crime de ódio. A própria Polícia Civil, de início, descartou completamente."

Confira a entrevista com Marcelo Freixo na íntegra: