POLÍTICA

Segurança: secretário classifica recomendações dos EUA como exageradas

As recomendações de "não pegar ônibus público" e "não ir à praia do Pina à noite" foram feitas para turistas e funcionários

Pedro Guilhermino Alves Neto
Pedro Guilhermino Alves Neto
Publicado em 20/03/2019 às 14:26
Reprodução / TV JC
FOTO: Reprodução / TV JC

"Eu acho que foi um exagero". Essa foi a afirmativa do secretário de Segurança Urbana do Recife, Murilo Cavalcanti, sobre as recomendações emitidas pela diplomacia dos Estados Unidos.

Após o anúncio do fim da necessidade do visto para turistas americanos no Brasil, na última segunda-feira (18), medidas de segurança sugeridas pela embaixada norte americana chamaram a atenção principalmente dos recifenses.

O órgão listou cinco comportamentos que os funcionários do governo estadunidense e turistas americanos não devem tomar enquanto estiverem no Brasil, dois deles são direcionadas ao Recife. Entre as orientações, os Estados Unidos alertam aos cidadãos americanos para "nunca usar ônibus públicos na cidade", além de "não ir à praia do Pina a noite".

Para o secretário de segurança urbana, Murilo Cavalcanti, o governo dos Estados Unidos é exagerado em tudo o que faz. “É uma recomendação que envolve toda a América Latina. A gente sabe que o Estado Unido está sendo governado por um governo de ultradireita e esse governo é exagerado em tudo que faz”, disse o secretário.

Em nota, a secretaria de Defesa Social esclarece que as recomendações aos funcionários do corpo diplomático e turistas americanos repetem avaliações equivocadas e desatualizadas de anos anteriores, não refletindo o atual momento de redução das diversas modalidades criminosas em Pernambuco.

Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro liberou, além dos cidadãos dos Estados Unidos, japoneses, australianos e canadenses de precisarem de visto para entrar no país. A norma foi tomada de forma unilateral, ou seja, a regra não vale para brasileiros que queiram entrar nestes países.

Nas ruas do recife, a notícia não foi bem recebida. “É um absurdo. Essas recomendações de a gente ir para lá, são as mesmas? Tem que que vê os dois lados. Se é bom para eles, tem que ser bom para a gente também”, afirmou um dos entrevistados.

“Primeiramente eu acho errado. As pessoas dos EUA vêm para cá, são liberados, não precisarem de visto de forma alguma. Em relação as observações eu acho errado, porque o Brasil invés de melhorar a segurança e tudo, está fazendo com que os Estados Unidos façam declarações que vão repercutir no mundo todo”, disse o segundo entrevistado.

O texto cita ainda áreas não permitidas como, as cidades no entorno de Brasília, no Distrito Federal, as trilhas da região do Cristo Redentor e Corcovado, no Rio de Janeiro. As regiões de fronteira do Brasil, exceto Foz do Iguaçu e Pantanal, também aparecem na lista como áreas proibidas de serem visitadas. Já as fronteiras com a Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Guiana, Suriname e Paraguai só podem ser frequentadas com autorização prévia do governo americano.