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Entressafra eleva preço do tomate em 175%, maior alta desde 2014

Segundo o Ceasa, a alta do preço do tomate está baseada nas condições climáticas e na diminuição da área plantada

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 17/04/2019 às 17:30
Alexandre Gondim/ Acervo JC Imagem
FOTO: Alexandre Gondim/ Acervo JC Imagem

Um levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) registrou elevação de preços em todas as Centrais de Abastecimento (Ceasas) pesquisadas. O tomate atingiu recorde no preço, a maior alta desde 2014.

Marcos Barros, chefe de Informações de Mercado Agrícola do Ceasa, aponta que o aumento de 175% no preço do tomate está baseado nas condições climáticas. “Esse período é de entressafra. Então é uma condição normal, sazonal, acontece todos os anos. O que vai interferir nessas mudanças do preço mais elevado ou menos elevado são as condições climáticas, que esse ano estão muito severas, com excesso de chuvas, temporais, mudanças bruscas de temperatura. Esse aumento é nacional. O tomate teve a maior alta dos preços desde 2014”, detalhou. “Outra coisa que influiu bastante foi a diminuição da área plantada. Os preços em 2018 estavam muito baixos, então isso desestimula os produtores (...) Isso baixa significativamente a oferta”, completou.

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De acordo com Barros, a média de tomate comercializado no Ceasa é de 3.850 toneladas por mês. Quanto ao preço, historicamente, o mês de maio é o que o preço do tomate se dá mais elevado. Ou seja, a situação pode piorar. “De 2014 para cá a gente nunca verificou esse preço. O preço mais alto que nós encontramos foi em 2015. Ele chegou a R$ 71,50 a caixa de 25 quilos. Hoje essa caixa está na faixa de R$ 82. Isso no atacado, porque no varejo ela chega a R$ 160”, contou. “A dona de casa vai ter que se conformar que ela vai passar, no curto prazo, por preços elevados e uma qualidade inferior”, lamentou.

Ouça a entrevista completa:

Produção delicada

Segundo o chefe de Informações de Mercado Agrícola do Ceasa, as altas frequentes do tomate acontecem porque ele é suscetível às condições climáticas. “O tomate é exigente com relação aos tratos culturais, às condições climáticas, às chuvas no tamanho certo, na quantidade certa. O excesso ou a falta vão prejudicar muito”, explicou.

Marcos Barros acredita que a baixa do tomate começará a ser sentida apenas em agosto ou setembro, mas a baixa começará a ser registrada a partir de julho.