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Brasil realiza quase duas vezes mais cesáreas do que os Estados Unidos

Em alguns casos, no entanto, a cesárea é um procedimento recomendado para assegurar a vida da criança ou da mãe

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 26/06/2019 às 14:47
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FOTO: Pixabay

No mundo todo, os números do parto do tipo cesárea ainda são altos. Em cada região, um motivo cultural está associado para isso. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a cesárea é o tipo de parto mais comum no Brasil. Do total de procedimentos realizados no país, 55,5% são cesáreas. O número é bem maior do que em alguns países do primeiro mundo, como nos Estados Unidos, onde o índice é de 32,9%.

Na Itália, uma pesquisa revelou que as mulheres têm medo da dor do parto normal. Já as chinesas buscam datas específicas para que os bebês sejam beneficiados de acordo com crenças locais.

No caso brasileiro, especialistas apontam que o procedimento é uma opção mais conveniente, principalmente para os médicos, que podem se programar para a cirurgia, ao invés de receber uma ligação inesperada no meio da noite e ficar horas acompanhando o trabalho de parto. Da mesma forma, um mesmo médico pode realizar várias cesarianas em um mesmo dia, o que as torna mais lucrativas que o parto normal.

Esse tipo de cirurgia envolve anestesia e exige um tempo maior de recuperação. O médico médico obstetra Thiago Saraiva destaca os riscos envolvidos nesse tipo de operação. “Hoje a gente sabe que tem sete vezes mais risco de a mulher morrer em relação ao parto vaginal. Existem alguns riscos também para o bebê como, por exemplo, fazer desconforto respiratório, o bebê tem dificuldade para respirar quando nasce e pode precisar ser internado numa UTI”, contou.

Ainda de acordo com Thiago Saraiva, as recomendações para o pós-operatório são bem mais delicadas em comparação ao parto normal.

Confira os detalhes na reportagem de Max Augusto:

Indicação de cesárea

Existem casos em que o procedimento é recomendado para assegurar tanto a vida da criança, quanto da mãe. Entretanto, tem crescido o número de cesáreas eletivas, que são aquelas que servem para definir quando e como o parto será feito.

O médico obstetra Thiago Saraiva explica em quais casos o procedimento é realmente indicado. “Existem aquelas indicações que são absolutas, ou seja, que não se têm discussão. São casos restritos, como por exemplo, a placenta prévia, que é quando a placenta está na frente do bebê, não tem como o bebê passar por dentro da placenta e nascer. Outra indicação é quando o bebê está transverso, não está de cabeça ou de bumbum. Então, ele não tem como nascer pelo braço ou pela parte média do corpo”, detalhou.