JUSTIÇA

Defesa pede que filho do médico Denirson Paes não vá a júri

Tribunal de Justiça de Pernambuco julga o recurso de Danilo Paes, acusado de matar o médico Denirson Paes, nesta quarta-feira

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 28/08/2019 às 15:32
Reprodução/ Facebook
FOTO: Reprodução/ Facebook

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) julga na tarde desta quarta-feira (28) um novo recurso de Danilo Paes Rodrigues, acusado de participar da morte do pai, o médico Denirson Paes da Silva. Ele foi morto na casa onde vivia com os filhos e a esposa, Jussara Rodrigues da Silva Paes, também acusada do crime, em Aldeia, em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, em maio do ano passado.

A defesa do réu Danilo Paes pediu que fosse considerada a absolvição sumária do acusado por falta de provas e solicitou a sua impronúncia. “Esse julgamento está sendo realizado porque ele pediu a sua impronúncia, ou seja, não ser julgado para o tribunal do júri na Comarca de Camaragibe como também pediu também a absolvição sumária alegando que não haveria fundamentos para que ele fosse julgado pelo júri”, disse o assistente de acusação, o advogado Caros André Dantas.

No entanto, o assistente de acusação, o advogado Caros André Dantas, contesta o pedido do réu. “Esse recurso já foi pronunciado anteriormente pela juíza de Camaragibe para que ele passasse pelo julgamento no tribunal do júri. Nesse caso, ele insatisfeito, recorreu para que o tribunal revisasse a decisão da juíza de Camaragibe e assim poder, de acordo com seus argumentos, alegando insuficiência de prova da autoria desse crime”, disse.

A expectativa do advogado assistente de acusação é que o recurso seja indeferido. “Diante de tantas provas que foram juntadas ao processo pela perícia como a presença de sangue no quarto do réu, como também o laudo pericial da reconstituição do crime em que atesta que seria impossível a ré Jussara Paes realizar esse crime sozinha, os próprios peritos afirmaram isso. E também, diante de tantas contradições do réu Danilo Paes desde o início desse processo”, afirmou.

Caso o recurso seja indeferido, permanece prevalecendo a decisão da juíza da Comarca de Camaragibe e ele deverá ser conduzido para o tribunal do júri.

Ouça os detalhes na reportagem de Leonardo Baltar:

Relembre o crime

O cardiologista desapareceu no dia 31 de maio de 2018. Os primeiros pedaços do corpo esquartejado foram encontrados no dia 4 de julho, em uma cacimba localizada na área externa da casa da família, em um condomínio na Estrada de Aldeia, em Camaragibe. As buscas foram encerradas nove dias depois. De acordo com a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por não aceitarem o término do relacionamento entre Denirson e Jussara, bem como por interesse patrimonial, os réus mataram a vítima por esganadura, sem que o médico jamais esperasse tamanha agressão.

Segundo o inquérito policial, Denirson foi esganado ainda na cama e carregado do quarto até um corredor próximo a um quiosque, onde foram dadas pancadas que afundaram o seu crânio. Apesar da perícia confirmar que Jussara não teria como cometer o homicídio seguido de esquartejamento sozinha, a viúva assumiu o crime, dizendo que o filho não teve participação. Para a juíza da comarca de Camaragibe, há indícios suficientes de autoria que recaem sobre os dois acusado.

Acusados de participar da morte do médico Denirson Paes da Silva, 54, o engenheiro Danilo Paes Rodrigues, 24 anos, e a farmacêutica Jussara Rodrigues Paes da Silva, 54, filho e viúva da vítima, vão a júri popular em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR). A decisão da juíza Marília Falcone Gomes Lócio, da Primeira Vara Criminal da Comarca de Camaragibe, pelo Tribunal do Júri, foi publicada no dia 11 de fevereiro de 2019.