PROBLEMAS

Metrô do Recife registrou mais de 70 panes só este ano

O metrô do Recife atende, em média, 400 mil pessoas por dia

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 28/08/2019 às 16:41
Divulgação/ CBTU
FOTO: Divulgação/ CBTU

Noticiar problemas técnicos, falta de segurança, superlotação e outros tantos problemas que envolvem o metrô do Recife, não é novidade para os veículos de comunicação. Em média, 400 mil pessoas utilizam, todos os dias, as três linhas que compõem o sistema de trens urbanos.

Mas só neste ano, levando em consideração os dados levantados até o fechamento desta matéria, o metrô do Recife já registrou 77 panes. Uma média de dez quebras a cada 30 dias. Os dados são da própria Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).

A última falha no sistema aconteceu nesta terça-feira (27), quando a quebra de um cabo no ramal de Jaboatão dos Guararapes, resultou no fechamento de 17 estações.

A universitária Richelly Xaiane mora no bairro de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, e vai todos os dias para o centro do Recife, onde estuda. Ela comenta o transtorno que enfrenta. "O tempo de espera de um metrô para o outro é muito grande. Às vezes o ar condicionado não funciona, a porta não abre", disse.

O fisioterapeuta Esdras Junior faz todas as manhãs o trajeto entre a estação Cajueiro Seco e a Estação Recife. Ele comenta as complicações do percurso e critica o reajuste no valor das passagens. "Além da superlotação, os atrasos (...) Aumenta a passagem, mas a gente não vê o resultado", reclamou.

A reclamação de Esdras é a mesma feita por outros passageiros em uma matéria vinculada no dia 2 de julho, no programa Balanço de Notícias. Na ocasião, o superintendente da CBTU Leonardo Villar, justificou os reajustes das passagens e garantiu que melhorias estão sendo feitas no metrô.

Nesta quarta–feira (28), o superintendente Leonardo Villar foi entrevistado novamente. Questionado sobre as maiores queixas relatadas pelos passageiros, ele afirmou que a superlotação e o problema de os trens pararem entre estações são pouco reivindicadas pelos os usuários do metrô.

Confira os detalhes na reportagem de Beatriz Albuquerque:

Assédio sexual

Entre as mulheres, uma reclamação é recorrente. Com os vagões lotados, elas contam que se sentem vulneráveis. A estudante Isabelle Barbosa foi assediada mais de uma vez.

Embora muitas mulheres relatem passar por situações como essas, o superintende da CBTU garante que queixas assim nunca foram relatadas a CBTU. "A gente nunca teve até hoje. A gente nunca teve uma queixa de assédio sexual no metrô. Me parece que no Nordeste os homens, graças a Deus, respeitam as mulheres", afirmou.