POLUIÇÃO

Óleo avança e chega à Praia de Barra de Jangada, em Jaboatão

Com a confirmação, essa é a oitava cidade pernambucana atingida pelas manchas de óleo

LOURENÇO GADÊLHA
LOURENÇO GADÊLHA
Publicado em 23/10/2019 às 10:30
Chico Bezerra/Divulgação
FOTO: Chico Bezerra/Divulgação

Mais uma praia de Pernambuco foi atingida pelos vestígios de óleo. Na manhã desta quarta-feira (23), foi possível observar o material na Praia de Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. De acordo com a prefeitura, a grande quantidade do material foi visto por volta das 4h e os agentes municipais começaram imediatamente a fazer a retirada do material de dentro das águas. Jaboatão é a oitava cidade de Pernambuco a ser atingida pelo derramamento de óleo.

Para a bióloga Soraya El Dieler, a contaminação da água se dá de várias formas, pois apesar de boa parte dela estar limpa, os resíduos de óleo também ficam submersos. “A gente tem visto um material que fica sobre a nadante, e esse que é de mais fácil visibilidade. Porém, também há um material que vai descendo a coluna d'água e esse vai ser de difícil visualização”, disse.

Ainda de acordo com Soraya, o material que fica submerso oferece três tipos de riscos para os animais daquela localidade. “Temos o risco de mortalidade, pois vários animais não vão suportar o toque com esse petróleo, especialmente, os animais que não têm carapaça ou concha. Eles estão menos protegidos, mas mesmo os que têm carapaça, vamos ver a mortandade elevada. Temos um segundo perigo, que é de morbidade, por causa do alto grau de toxidade, o tipo de comportamento e ciclo de vida desses animais vão se alterar. Existe ainda um terceiro risco, que é o de entrar no animal, e esse animal ou planta fazer parte do ciclo biológico normal, e ele fará parte da alimentação de outros animais, entrando na cadeia alimentar, podendo atingir o próprio homem”, explicou.

Na praia, soldados do Exército, integrantes da Defesa Civil, do Ibama e da prefeitura estão fazendo a retirada do material que está no mar. Os voluntários também estão presentes, porém, não estão podendo entrar na água devido à falta de equipamentos de segurança. Segundo o coronel Arthur Paiva, superintendente da Defesa Civil de Jaboatão, desde a terça-feira (15) que a prefeitura estava preparada para combater o óleo.

“Ele (Anderson Ferreira) já tinha alertado sobre a possibilidade dessa tragédia ambiental acontecer aos níveis de governo, inclusive chamou a Defesa Civil e o Meio Ambiente para que nós preparássemos um protocolo de procedimentos para enfrentar essa situação. Então, desde a terça-feira da semana passada que nós estamos nos planejando. Na sexta-feira (18), começamos a fazer o monitoramento permanente, e fizemos uma intensificação a partir do sábado (19), atuando em 24h por dia”, concluiu.

Ainda de acordo com Arthur Paiva, a faixa de areia da praia de Barra de Jangada está totalmente limpa e agora as equipes devem se concentrar em limpar o mar. "A parte da terra está totalmente limpa. Vamos agora para a água. Segundo o Ibama, quando o óleo se assenta no solo do mar, ele não se movimenta, nem com maré baixa ou alta. Por isso, na maré baixa vamos retirá-lo e o que sobrar, iremos tirar na próxima maré baixa", concluiu Arthur.

Confira a reportagem de Juliana Oliveira: