Superação

Da infância pobre ao sucesso nos negócios: a história de vida do empresário Arnaldo Xavier

O empresário Arnaldo Xavier, dono da marca Rota do Mar, teve uma infância humilde no município de Santa Cruz do Capibaribe

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 29/10/2019 às 17:31
Reprodução / Blog Social1
FOTO: Reprodução / Blog Social1

Nascido em uma família humilde, no município de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste de Pernambuco, o jovem Arnaldo Xavier Alves da Rocha sempre alimentou o sonho de gerir o próprio negócio. Hoje, ele é proprietário da Rota do Mar, uma das maiores marcas de indústria têxtil do Norte-Nordeste. O caminho para chegar ao sucesso empresarial, no entanto, foi marcado por altos e baixos. Trabalho, determinação e persistência moldaram um negócio que inspira empresas não apenas em Pernambuco, mas em outros Estados.

Para entender a história de Arnaldo Xavier é necessário compreender a estrutura familiar do empresário. Filho de Pedro Alves da Rocha e Adalva Xavier da Rocha, Arnaldo é o mais velho de cinco irmãos. O pai trabalhava na Prefeitura de Santa Cruz do Capibaribe e a mãe era dona de casa e costureira. Até então, uma família unida, saudável e sem problemas financeiros. Entretanto, no ano de 1974, quando Arnaldo tinha apenas sete anos, duas reviravoltas mudaram completamente a vida daquelas pessoas. O primeiro episódio foi a saída de toda a família materna do município de Santa Cruz do Capibaribe. O segundo, mais trágico e radical, ficou marcado pela morte do pai de Arnaldo, vítima de tuberculose.

A partir daí, a vida da família Xavier virou de cabeça para baixo. Dona Adalva precisou intensificar o trabalho de costureira e teve que tomar uma das decisões mais difíceis da vida. As filhas mais novas foram separadas da mãe e dos irmãos. Uma delas foi morar com a avó paterna; a outra, com uma amiga de dona Adalva. De acordo com Arnaldo, os irmãos mais velhos precisaram se adaptar à nova rotina. “A gente foi tentar sobreviver mesmo. As vizinhas começaram a fazer doações. Uma delas fazia cocada para que eu e meus irmãos vendêssemos, para comprar comida. Também emprestavam a geladeira para minha mãe fazer picolé”, relembra Arnaldo.

No fim dos anos 1970, a maré começou a mudar. Uma caminhonete estacionada em frente à residência da família Xavier trazia uma encomenda especial. Segundo Arnaldo, aquele foi o início da Xavier Confecções. “A caminhonete trazia um monte de retalhos, uns dois sacos de retalhos de Seu Noronha, que conversou com a minha mãe para começar um pequeno negócio. Para a gente, era uma coisa mais de diversão, de ter tanto retalho dentro da nossa casa. Em meio às brincadeiras, aos 12 anos, eu já comecei a cortar. Dois anos depois, eu era o principal cortador da confecção de minha mãe”, afirmou.

Enquanto costurava roupas femininas com a mãe, Arnaldo sonhava em fazer bermudas e camisetas semelhantes às que via nas revistas de surfe. Naqueles anos 1980, observava pela janela da pequena casa a feira da cidade e insistia junto à mãe: “Precisamos começar a vender roupa em frente de casa. A feira vai chegar aqui em um ano”. Dona Adalva resistiu, mas depois de tanta insistência, montou o comércio em frente à residência. E a feira, de fato, chegou. Os negócios prosperaram e Arnaldo, com o apoio da mãe, começou a planejar seu voo solo, com as produções individuais ligadas à moda surf.
Embora tivesse conseguido um certo sucesso na época, Arnaldo era imaturo nos negócios e acabou sofrendo algumas decepções. “Entre 21 e 22 anos, eu fali. Foi difícil retomar novamente do zero, mas eu comecei de novo, só que veio outra tragédia, e quebrei novamente, aos 26 anos. Isso é um processo totalmente natural de quem empreende e faz com que você aprenda mesmo”, explicou.

Arnaldo não desistiu: no dia 19 de dezembro de 1996, deu início à Rota do Mar, que há quase 23 anos é exemplo de profissionalismo e sucesso de vendas na indústria têxtil do Norte-Nordeste. Hoje, ele faz um balanço de tudo que conquistou. “Eu aprendi demais durante todo esse tempo. Nós fomos e somos importante para o Estado e para uma região inteira. As pessoas começam a se espelhar nas nossas experiências e na nossa empresa, passam a acreditar na oportunidade de crescer. A gente inspira pessoas e isso não tem preço”, concluiu.

Ouça a história de vida com Beatriz Albuquerque e no relato do próprio Arnaldo Xavier.

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