ÓLEO NAS PRAIAS

João Campos defende trabalho da CPI do Óleo na Câmara dos Deputados

Segundo o deputado do PSB, criação de CPI pretende investigar a origem, avaliar as medidas que foram tomadas na contenção do óleo no litoral do Nordeste

LOURENÇO GADÊLHA
LOURENÇO GADÊLHA
Publicado em 19/11/2019 às 12:08
Guga Matos/JC Imagem
FOTO: Guga Matos/JC Imagem

Em entrevista ao programa Passando a Limpo desta terça-feira (19), o deputado federal João Campos (PSB) ressaltou a importância da criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a origem das manchas de óleo que se espalharam pelo litoral do Nordeste brasileiro, que foi assinada na segunda-feira (18), pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Para Campos, é importante que a Câmara Federal coordene os esforços para investigar as ações e as omissões do governo, além de apurar os responsáveis pelo vazamento do óleo que ocasionou o maior desastre ambiental nas praias do país. "Já são mais de 75 dias e não tem uma explicação clara do que é que houve, de como e quando foi. Precisamos saber quais as ações que deveriam ser feitas pelas autoridades responsáveis, como o cumprimento do plano nacional de contingência, que não foi feito na totalidade e tem que ter alguém para investigar isso. Além disso, é preciso fazer uma mudança na legislação brasileira, pois ficou claro que o acompanhamento do oceano brasileiro por parte de satélites é insuficiente, como também o plano para contenção de desastre de óleo pesado que não existe, só existe para óleo leve”, explicou.

Questionado sobre a probabilidade da CPI do Óleo prejudicar a alta temporada turística no Nordeste, onde milhares de turistas aumentam a frequência nas praias, o parlamentar rechaçou a possibilidade e garantiu que a ideia da comissão é atuar para corrigir uma fragilidade na legislação brasileira no combate a desastres ambientais semelhantes. "O Brasil inteiro infelizmente acompanhou o que aconteceu com o Nordeste. Digo para essas pessoas que não se preocupem com a CPI porque ela não é um problema, e sim uma solução. Está claro que a uma fragilidade no Brasil para o enfrentamento de um desastre dessa dimensão. É um problema que deve ser enfrentado. Agora é claro que a gente não pode usar um espaço desse para fazer pirotecnia. As praias pernambucanas estão oficialmente liberadas para o banho, lazer e atividade econômicas", disse.

Desde agosto, manchas de óleo apareceram em mais de 600 locais do litoral brasileiro, de acordo com dados atualizados na sexta-feira (15) pelo Ibama. Até hoje, não se sabe a origem nem os responsáveis pelos vazamentos de óleo.

Ouça a entrevista na íntegra: