A Secretaria de Defesa Social está concluindo um estudo para adquirir um sistema de reconhecimento facial para identificar e capturar criminosos foragidos da polícia. Apesar da notícia soar como positiva, é preciso que as autoridades tomem alguns cuidados para evitar equívocos e abordagens violentas.
O sistema já é utilizado em estados como Rio de Janeiro e Bahia. A tecnologia identifica pessoas que já passaram pelo sistema carcerário do Estado. Um banco de dados fará todo o reconhecimento facial e apontará as características do rosto dessas pessoas que estão sendo procuradas.
A previsão é de que a partir do mês de março, a SDS divulgue o editorial para contratação da empresa de software que implantará a tecnologia em Pernambuco.
A socióloga e coordenadora do Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop), Edna Jatobá, alerta para o perigo do reconhecimento facial falhar e identificar pessoas que não têm envolvimento com o crime. “Ele só vai ser um bom serviço se ele tiver esse tipo de cuidado. (...) A gente está falando de uma tecnologia que um erro pode mudar a vida de uma pessoa. O constrangimento que ela passe, se ela chegar mesmo a ser presa”, lembrou.
Cuidado com os erros
A coordenadora diz que é importante ficar atento à implantação da tecnologia de reconhecimento facial. “A gente precisa observar como vai se dar a implantação disso, como é a capacitação e a formação dos profissionais que estarão operando o sistema, qual o nível de erro desse sistema e o que será feito nas situações de equívoco e falha da tecnologia”, reforçou. “São as pessoas mais pobres e negras que vão estar sendo abordam. Existem estudos que apontam a falha do sistema especialmente para pessoas negras e asiáticas”, alertou.
Na Bahia, no ano passado, entre os meses de março e dezembro 109 pessoas foram identificadas e presas. Pessoas que já estavam mandados de prisão expedidos.