SEGURANÇA

Coordenadora do Gajop alerta para risco de erros com reconhecimento facial de criminosos

PE se prepara para usar tecnologia de reconhecimento facial para identifica criminosos em vias públicas

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 24/01/2020 às 14:28
Fernando Frazão/Agência Brasil
FOTO: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Secretaria de Defesa Social está concluindo um estudo para adquirir um sistema de reconhecimento facial para identificar e capturar criminosos foragidos da polícia. Apesar da notícia soar como positiva, é preciso que as autoridades tomem alguns cuidados para evitar equívocos e abordagens violentas.

O sistema já é utilizado em estados como Rio de Janeiro e Bahia. A tecnologia identifica pessoas que já passaram pelo sistema carcerário do Estado. Um banco de dados fará todo o reconhecimento facial e apontará as características do rosto dessas pessoas que estão sendo procuradas.

A previsão é de que a partir do mês de março, a SDS divulgue o editorial para contratação da empresa de software que implantará a tecnologia em Pernambuco.

A socióloga e coordenadora do Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop), Edna Jatobá, alerta para o perigo do reconhecimento facial falhar e identificar pessoas que não têm envolvimento com o crime. “Ele só vai ser um bom serviço se ele tiver esse tipo de cuidado. (...) A gente está falando de uma tecnologia que um erro pode mudar a vida de uma pessoa. O constrangimento que ela passe, se ela chegar mesmo a ser presa”, lembrou.

Cuidado com os erros

A coordenadora diz que é importante ficar atento à implantação da tecnologia de reconhecimento facial. “A gente precisa observar como vai se dar a implantação disso, como é a capacitação e a formação dos profissionais que estarão operando o sistema, qual o nível de erro desse sistema e o que será feito nas situações de equívoco e falha da tecnologia”, reforçou. “São as pessoas mais pobres e negras que vão estar sendo abordam. Existem estudos que apontam a falha do sistema especialmente para pessoas negras e asiáticas”, alertou.

Na Bahia, no ano passado, entre os meses de março e dezembro 109 pessoas foram identificadas e presas. Pessoas que já estavam mandados de prisão expedidos.