INSEGURANÇA

Comunidade denuncia abuso de autoridade de policiais em CAIC na Torre

O CAIC Creusa Barreto Dornelas Câmara, localizada na Vila Santa Luzia, no bairro da Torre, está desativado há quatro anos

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 27/01/2020 às 18:22
Reprodução/TV Jornal
FOTO: Reprodução/TV Jornal

Quem passa pela Escola de Referência em Ensino Fundamental CAIC Creusa Barreto Dornelas Câmara, localizada na Vila Santa Luzia, no bairro da Torre, Zona Norte do Recife, encontra uma faixada com jardim bem cuidado e azulejos limpos. Mas, na parte de trás da escola, onde tem uma quadra, o cenário é completamente diferente.

O lixo está por toda parte, crianças brincam em meio a fezes de animais e a presença de cavalos. Segundo os moradores o local foi desativado há quatro anos depois de um incêndio na comunidade. A estrutura também apresenta sinais de desgaste, há ferrugens por toda parte.

A dona de casa Luziana Angélica conta os animais que já viu na área, devido a sujeira do ambiente. “Rato, timbu, escorpião, cobra e tudo que tem de bicho aparece”, afirmou.

Denúncia de abuso

Os moradores contam que o local está sendo usado para que policiais pratiquem abuso de autoridade contra a comunidade.

Uma mulher, que pediu para não ser identificada revela, que até sessões de tortura ocorrem no local. “Mete o cacete, bate, bota saco na cabeça, pega balde com água e afoga. Menino aqui de 14, 15, 16 anos é torturado. Dá pena”, denunciou.

Na região, os moradores mostram cápsulas de munições deflagradas de pistola 40 que é de uso exclusivo das forças de segurança e que teriam sido disparadas no local. Uma outra mulher que também pediu para não ser identificada conta que chegou a ser agredida por PM’s no espaço da quadra. “Ele chega aqui e pensa que todo mundo que mora aqui é traficante. Aí quer bater. Um dia desses eu estava aqui na quadra com meu filho, sentada, eles vieram e deram na minha cara”, relatou.

Resposta

A polícia informa que mantém as rondas permanentes no local, e que a área tem recebido atenção especial do 13º batalhão, porque estava se transformando em ponto de venda de drogas. Sobre a denúncia de que o local estaria sendo usado pelos policiais para torturar suspeitos, a Polícia Militar informou que não tem registro desse tipo de denúncia e orienta os moradores a formalizaram pelo número 190 ou na corregedoria da Secretaria de Defesa Social.

A Secretaria de Educação e Esportes do estado informa que as obras de reparo do muro da quadra da escola começam no mês que vem.