CORONAVÍRUS

Em carta, governadores do NE afirmam que prioridade é cuidar da vida das pessoas

Os nove governadores do Nordeste assinaram carta nesta quarta-feira (25) e criticaram postura do presidente Bolsonaro diante da pandemia do coronavírus

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 25/03/2020 às 16:27
 Yacy Ribeiro/ JC Imagem
FOTO: Yacy Ribeiro/ JC Imagem

Os nove governadores do Nordeste, incluindo o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, assinaram uma carta nesta quarta-feira (25) criticando a postura do presidente Jair Bolsonaro diante das estratégias de enfrentamento do novo coronavírus. Os gestores apontam ainda a necessidade de uma "coordenação e cooperação nacional para proteger empregos e a sobrevivência dos mais pobres".

O presidente Jair Bolsonaro tem criticado diversas vezes o isolamento social para evitar a propagação do novo coronavírus. A medida é apontada pelos órgãos de saúde, incluindo o Ministério da Saúde, como uma estratégias principais para frear a proliferação do vírus.

Diferentemente do que defende o presidente, que aponta a economia como a principal preocupação no momento, os governadores do Nordeste afirmam que a "decisão prioritária é a de cuidar da vida das pessoas, não esquecendo da responsabilidade de administrar a economia dos estados".

Confira a carta completa

CARTA DOS GOVERNADORES DO NORDESTE

25 de março de 2020

Em conferência realizada na tarde desta quarta-feira, 25 de março de 2020, nós governadores do Nordeste pactuamos:

1 – O momento vivido pelo Brasil é gravíssimo. O Coronavírus é um adversário a ser vencido com muito trabalho, bom senso e equilibro;

2 – Vamos continuar adotando medidas baseadas no que afirma a ciência seguindo orientação de profissionais de saúde, capacitados para lidar com a realidade atual;

3 – Vamos manter as medidas preventivas gradualmente revistas de acordo com os registros informados pelos órgãos oficiais de saúde de cada região;

4 – É um momento de guerra contra uma doença altamente contagiosa e com milhares de vítimas fatais. A decisão prioritária e a de cuidar da vida das pessoas, não esquecendo da responsabilidade de administrar a economia dos estados. É um momento de união, de se esquecer diferenças políticas e partidárias. Acirramentos só farão prejudicar a gestão da crise;

5 – Entendemos que cabe ao Governo Federal ação urgente voltada aos trabalhadores informais e autônomos. Agressões e brigas não salvarão o País. O Brasil precisa de responsabilidade e serenidade para encontrar soluções equilibradas;

6 – Ao mesmo tempo, solicitamos a necessidade urgente de uma coordenação e cooperação nacional para proteger empregos e a sobrevivência dos mais pobres;

7 - Ficamos frustrados com o posicionamento agressivo da Presidência da República, que deveria exercer o seu papel de liderança e coalizão em nome do Brasil.

Assinam esta carta:

Rui Costa
Governador da Bahia

Renan Filho
Governador de Alagoas

Camilo Santana
Governador do Ceará

Flávio Dino
Governador do Maranhão

João Azevedo
Governador da Paraíba

Paulo Câmara
Governador de Pernambuco

Wellington Dias
Governador do Piauí

Fátima Bezerra
Governadora do Rio Grande do Norte

Belivaldo Chagas
Governador de Sergipe