A espera por um leito de UTI é uma realidade amarga diante da pandemia do coronavírus. A angústia de ter familiares que contraíram a doença na forma mais grave é ainda mais dolorosa com a falta de atendimento necessário.
A dona de casa Jaqueline Oliveira é uma delas. A mãe dela deu entrada na UPA da Cidade Tabajara, em Olinda, na semana passada. A idosa de 67 anos está com sintomas do novo coronavírus, teve falta de ar e precisou ser levada para a ala vermelha. Porém, mesmo com o agravamento do quadro, ainda espera a transferência para um leito de UTI.
Secretaria responde
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, Pernambuco tem hoje 614 leitos de UTI, 232 vagas estão ocupadas por pacientes com a covid-19, mas a ocupação já é de 97% porque os cuidados de terapia intensiva também são necessários para pessoas com outras doenças.
Ainda segundo a secretaria, a transferência para um leito de UTI obedece critérios dinâmicos de entrada e saída dos pacientes, com o objetivo de fazer isso em menos tempo.
Os familiares dos pacientes questionam a burocracia e dizem que o processo para conseguir um leito traz incerteza e angústia.
É o que diz o advogado Múcio Fernandes. O pai dele de 77 anos deu entrada na UPA da Caxangá na terça-feira passada. O idoso apresentava sintomas da covid-19 mas só conseguiu transferência para o leito de UTI no hospital de referência em Boa Viagem quatro dias depois. Segundo Múcio, o pai permanece internado.