CORONAVÍRUS

Diretor do Samu Recife comemora redução dos chamados, mas alerta que pandemia não acabou

No momento, 12 profissionais do Samu Recife estão afastados por conta da covid-19

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 09/06/2020 às 17:09
Andréa Rêgo Barros/ PCR
FOTO: Andréa Rêgo Barros/ PCR

O Samu Metropolitano do Recife registrou queda no número de chamados de pacientes com suspeitas do novo coronavírus. De acordo com os dados da Prefeitura do Recife, entre o início de maio e o início de junho, houve redução nos chamados registrados por causas respiratórias em quase 70%. O número de chamados diários caiu de uma média de 160 para cerca de 50, neste período.

Sobre o risco de um número grande de infecções com a abertura de atividades econômicas, Leonardo Gomes comenta. “É importante que as pessoas entendam que a pandemia não terminou. Recife figurou por um bom tempo como uma das capitais com um dos maiores índices de isolamento do país. Muito dos frutos que estamos colhendo foi de isolamento, quarentena responsável que as pessoas fizeram. A reabertura pode promover o efeito de uma segunda onda [de infecções] e a gente pode ter novas perdas de vítimas e pessoas voltando a se infectar (...) Quem não precisa sair, não deve sair de casa”, alertou.

O Samu Recife também registrou queda de acionamentos de ambulâncias para prestar socorro a pacientes com sintomas respiratórios. No início de maio, por exemplo, esse número diário era de 60 acionamentos. No início de junho, o número caiu para cerca de 30, uma redução de 50%. O acionamento das UTIs móveis para os casos mais graves chegou a cerca de 20 por dia, nas primeiras semanas de maio, enquanto atualmente está abaixo de cinco acionamentos diários.

Reforço da estrutura

O Samu Recife está rodando na capital pernambucana com 30 ambulâncias, das quais 24 são unidades de suporte básico e seis são unidades de suporte avançado (UTIs móveis). Como reforço para enfrentamento à pandemia, foram contratados mais de 200 profissionais para o serviço de atendimento móvel de urgência, que conta atualmente com mais de 800 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, condutores socorristas e quadro administrativo. O serviço ainda lançou mão de plantões extraordinários para ampliação do serviço e implantação de novas atividades.

“Neste momento, a gente tem 12 profissionais afastados, nenhum com gravidade. É o menor número desde o início da pandemia. Nossa equipe é a linha de frente, nós fazemos a primeira resposta, então houve o adoecimento de muitos profissionais”, comentou, lembrando que, diante da gravidade da transmissão do coronavírus, já era esperado que os profissionais seriam infectados.