O aumento dos casos do novo coronavírus no interior do estado tem levado os pacientes a chegar na capital pernambucana em estado grave. Diferente de quando a doença estava mais concentrada na Região Metropolitana do Recife, os pacientes do interior tendem a receber o tratamento inicial mais precário e demoram a entrar em atendimento intensivo.
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Em Pernambuco, quase 60% dos leitos de UTI estão localizados no Recife. A distância dos doentes das UTIs faz com que a pandemia resulte em cada vez mais mortes. O governo do estado tem transferido ventiladores de respiração mecânica para reforçar a estrutura em cidades do interior.
Reforço no Agreste
A quarentena rígida de dez dias em Caruaru e Bezerros, no Agreste de Pernambuco, terminou nesta segunda-feira (6). As duas cidades registraram redução no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, que é a forma mais grave de manifestação da covid-19.
Ao longo dos dias de isolamento rígido, a Secretaria Estadual de Saúde enviou para o Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru, mais 20 respiradores.
Já para Bezerros, foram encaminhados cinco respiradores e cinco camas hospitalares, que proporcionaram a abertura de 10 novos leitos exclusivos para o tratamento de pacientes com covid-19 na cidade.
Com isso, a 4ª Gerência Regional de Saúde conta com 143 leitos dedicados à covid-19, sendo 78 de UTI. Porém essa não é a realidade de todas as regionais do interior do Estado.
O presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), José Patriota, afirma que nas situações mais graves os hospitais do interior têm dificuldades de dar o suporte de UTI. “Os municípios, na sua quase totalidade, disponibilizaram leitos de retaguarda. Quem já tinha hospital de pequeno porte separou uma ala só para o atendimento de covid-19 inicial. Grande parte ou a maioria dos pacientes fica em casa, outra parte que tem sintomas mais fortes fica internada por alguns dias nas alas reservadas dos hospitais de campanha (...) Aqueles pacientes que estão extremamente agravados, que precisam de UTI, esses é que os municípios têm dificuldade, naturalmente, de manter o suporte de UTI”, disse.