O auxílio emergencial foi prorrogado nesta terça-feira para mais quatro parcelas. O valor de R$ 600, pago desde o mês de abril para mais de 60 milhões de brasileiros, foi reduzido para R$ 300. O benefício surgiu lá no mês de abril com o objetivo de dar assistência para as pessoas que perderam a renda e que estavam desempregadas. A economista e técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Cristina Pereira Vieceli, defende que o benefício deve continuar permanecer sendo pago mesmo após a pandemia.
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“Tem que ser visto como um direito da população. A gente enxerga muito agora nesse período de pandemia que muitas pessoas perderam o emprego, estão em casa, mas o trabalho continua dentro de casa (...) Isso também é trabalho e [o benefício] é uma forma de reconhecer esse trabalho”, disse. “Eu acho que a renda básica deve ser considerada um direito de cidadania, direito da população de conseguir viver de forma digna”, afirmou.
Pobreza
Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas, mais de 13 milhões de brasileiros saíram da linha da pobreza por causa desse benefício. Como o auxílio emergencial não entrou no Projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) 2021, o próximo ano é incerto para essas pessoas. “A gente não sabe como vai ser o ano que vem. É possível que esses indicadores de diminuição da extrema pobreza e da pobreza retornem aos patamares anteriores [à pandemia] e, inclusive, piorem. É importante a gente defender que o auxílio seja substancial e permaneça”, aponta.
Vieceli destaca que o auxílio emergencial continuará sendo importante, mesmo com redução do valor. “A questão da pandemia é acompanhada pelo aumento do desemprego, da informalidade. O que a gente enxerga é que esse auxílio foi de grande importância para essa população e ele vai continuar sendo, apesar de ser menor (...) Com certeza a população vai sentir essa diminuição do auxílio como impacto importante na economia das famílias”, disse.