VIOLÊNCIA

Idoso de 70 anos é terceira vítima fatal de tiroteio entre major e agente, no Recife

A terceira vítima do tiroteio não tinha envolvimento com a briga e faleceu nesta quarta-feira (9)

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 10/09/2020 às 14:12
Bruno Campos/JC Imagem
FOTO: Bruno Campos/JC Imagem

Morreu no Hospital da Restauração, no bairro do Derby, na área central do Recife, a terceira vítima do tiroteio entre um policial militar e um policial penal em um bar no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, no último sábado (5). George Mauro Vasconcelos, de 70 anos, faleceu na noite desta quarta-feira (9), mas a notícia só foi confirmada nesta quinta.

Ele foi atingido na têmpora. Ele passou por uma neurocirurgia, foi transferido para a UTI nesta quarta-feira (9), mas não resistiu.
George era cliente do bar e estava na mesma mesa que o corretor Ekel de Castro Pires, 62 anos, e o empresário Cláudio Bezerra Bandeira de Melo Sobrinho, 57 anos, os dois outros homens que morreram. Segundo testemunhas, os três não tinham relação com os envolvidos na briga.

Relente o caso

O major da Polícia Militar José Dinamérico Barbosa da Silva Filho, de 49 anos, e o policial penal Ricardo de Queiroz Costa, de 40 anos, estavam no Bar do Primo, localizado na Rua Professor José Brandão, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, quando começaram uma discussão.

Houve troca de tiros e, além dos envolvidos, outras pessoas também ficaram feridas. Pelo menos sete viaturas da Polícia Militar foram enviadas ao local. Policiais do 19º Batalhão aprenderam, no bar, três pistolas, quatro carregadores de pistolas e 39 balas (24 munições de calibre 9mm e 15 de calibre 380.).

Na ocorrência, sete pessoas foram atingidas pelos disparos. Uma vítima faleceu no local e outra veio a óbito em uma unidade hospitalar, para onde foi socorrido. Nesta quinta-feira, mais uma vítima faleceu.

Outras quatro pessoas, incluindo os suspeitos de efetuarem os disparos, continuam hospitalizadas em unidade de saúde do Recife.

A corregedoria da Secretaria de Defesa Social instaurou processo administrativo contra os dois policiais. Os quatro sobreviventes permanecem internados em hospitais particulares do Recife.

Feridos

O major da PM José Dinamérico Barbosa da Silva Filho está no Hospital Português, com uma bala alojada próxima à coluna vertebral torácica. No domingo, ele foi submetido a uma cirurgia. Já Ricardo, está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Joana, após ter levado três tiros. Uma das balas perfurou bexiga e intestinos. Ele passou por uma cirurgia para reconstruir a bexiga, o sigmoide, intestino delgado, intestino grosso e reto, e terá que fazer um novo procedimento para reconstruir os tendões do braço direito nesta sexta-feira (11), segundo a esposa dele. Está sob risco de infecção.

O Hospital Português afirmou que só divulgará novos boletins sobre o estado de saúde das vítimas se houver alguma atualização.

O último, divulgado nessa segunda-feira (7), informava que Dinamérico "está na UTI, hemodinamicamente estável, em respiração espontânea, com medicações para controle de dor. Sem previsão de alta até o momento".

O policial penal Ricardo de Queiroz Costa, 40 anos, está internado na UTI do Hospital Santa Joana. Segundo sua esposa, ele levou três tiros: um no punho, que provocou fratura exposta; outro no joelho e o terceiro na pélvis. Esse último perfurou bexiga e intestinos.

Eva Valéria Alves do Nascimento, 55, que estava internada no Hospital Português, recebeu alta na quarta-feira (9), e continuará fazendo fisioterapia em casa, segundo o filho dela.

Eduardo Bernardo Gomes Insfran, 55, também estava no Português, que não deu novidades acerca do estado de saúde dele. A última informação, no entanto, era de que ele estava estável. Eduardo é filho do cônsul do Paraguai, Guillermo Insfran. Nem Eva, nem Eduardo, tinham envolvimento com os homens que participaram da briga.